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Futuro em SUSPENSO

Cristina Ferreira Apresentadora pode ser a chave de uma revolução na TVI

TEXTO RUI TEIXEIRA I FOTOS COFINA MEDIA

Numa altura em que está quase a sentar-se no banco dos réus no processo movido pela SIC – que lhe exige 20 milhões de euros –, a apresentadora perde terreno na TVI com a entrada de José Eduardo Moniz e pode mesmo ter de voltar ao horário das manhãs ao lado de Cláudio Ramos

Cristina Ferreira continua a ser um espinho incómodo na memória recente da SIC, uma persona non grata cujo nome em vez de ser proibido nos corredores da Impresa, em Paço d’Arcos, surge de quando em vez como um fantasma do passado, e uma assombração não deixa, por norma, grandes saudades. É o caso da comunicadora, que voltou a ser chamada à baila numa conversa entre precisamente o dono da SIC, Francisco Pinto Balsemão e Daniel Oliveira, diretor do canal. No podcast Deixar o Mundo Melhor, da autoria do antigo primeiro-ministro, de 85 anos, Balsemão olha no olhos Daniel e pergunta-lhe se “Cristina fez falta” ao projeto da SIC. “A Cristina foi um ponto importante em determinada altura da nossa estratégia, por isso é que a contratámos, mas mostrámos a partir de 17 julho de 2020, aquilo que eu sempre disse: que a SIC é um conjunto de pessoas, de talentos, e que não se circunscrevia a uma só pessoa”, respondeu o diretor-geral de Entretenimento e de Programas da SIC, recordando de memória a data exata que em Cristina Ferreira bateu com a porta e regressou à TVI.

“FAMA SUBIU-LHE À CABEÇA”

Curiosa a pergunta de Francisco Balsemão, ele que já tinha dedicado umas páginas muito pouco simpáticas à natural da Malveira, no seu livro de memórias. “Foi uma saída inesperada e intempestiva. Fiquei surpreendido e chocado quando ela veio anunciar que voltava à TVI. E mais chocado e surpreendido fiquei quando soube que, antes de anunciar a saída, ela já andava a recrutar pessoas para as levar para Queluz de Baixo. É um caso em que a fama e o prestígio lhe subiram à cabeça a ponto de acreditar que poderá candidatar-se à Presidência da República”, escreveu o fundador da Impresa. Outrora estrela e vencedora dos Globos de Ouro, Cristina Ferreira viu o seu nome completamente esquecido nas nomeações da última gala, ignorada em todas as categorias de entretenimento. O seu nome só foi recordado pela humorista Joana Marques, que gozou com o discurso de Cristina Ferreira em 2019 após ganhar a estatueta dourada. As relações não estão e muito dificilmente poderiam estar saudáveis entre a estação de televisão e a apresentadora. Aliás, no mesmo podcast, Daniel Oliveira confessa que se tiver alguma questão a tratar com

a TVI telefona a José Eduardo Moniz, entretanto contratado pela Media Capital para alcançar o objetivo a que Cristina Ferreira se propôs e falhou... recuperar a liderança de audiências. A SIC lidera há 44 meses e está mais longe da concorrência.

À ESPERA DOS MILHÕES E DA REVOLUÇÃO

Há quase dois anos que a SIC meteu Cristina Ferreira e a sua empresa Amor Ponto em tribunal, exigindo 20 milhões de euros (20.287.084,54) por quebra unilateral de contrato. A apresentadora considera este valor “absurdo” e só está disposta a pagar 2,3 milhões correspondentes aos 29 meses de trabalho que não chegou a cumprir. Assim não há acordo e depois de quase 24 meses sem avanços, o processo vai arrancar ainda este ano no tribunal de Sintra, prometendo um novo e escaldante embate entre Daniel Oliveira e Cristina Ferreira. Alguma vez teria de ser, mas esta fase não é a melhor para a apresentadora estar preocupada com questões de tribunais, ela que parece estar a perder cada vez mais terreno no campo das decisões estratégicas do canal, que passam agora a ser de José Eduardo Moniz. A sua grande aposta neste momento, o Big Brother, foi cilindrada pela gala dos Globos de Ouro, e Cristina parece cada vez mais uma espécie de Teresa Guilherme, “agarrada” apenas a este projeto. Por isso mesmo, nos corredores da TVI fala-se na hipótese do seu regresso às manhãs, ao seu público de sempre, ao lado de Cláudio Ramos, uma dupla que já foi uma fórmula de sucesso... na SIC. Uma revolução silenciosa em curso.

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2022-10-06T07:00:00.0000000Z

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