O ator sente-se feliz por, aos 58 anos, ainda viver experiências novas e revela uma verdade que o amigo e colega Manuel Cavaco lhe ensinou. À TV Guia garante ter um truque para não sofrer

Ricardo Carriço, de 58 anos, gravou o telefilme A Traição do Padre Martinho, para a RTP1, que será exibido em breve no âmbito do ciclo Contado por Mulheres, e ficou impressionado com a sua intensidade. Em exclusivo à TV Guia, o ator revela como foi “um bocado duro” gravar algumas cenas e desvenda ainda qual é o seu truque para que nada o afete psicologicamente: “Ainda bem que, aos 50 e tal anos, continuo a ter experiências novas. É engraçado porque há processos que se treinam. Há situações pelas quais sabemos que vamos passar, que são situações dolorosas, e, com treino, conseguimos controlar, sem que nos afetem.” A partir do momento em que começa a gravar, Ricardo Carriço põe “todo o lado emocional” ao serviço da personagem, normalmente relacionado com uma situação emocionalmente grave. “Fica registado e é isso que vamos buscar para interpretar a personagem. Ao longo dos anos, passamos por processos, sejam dolorosos ou não, mas, neste caso, entramos e saímos e conseguimos ter um botão que liga e desliga”, conta o galã, com um vasto currículo em televisão, cinema e teatro.

SOFRER PARA PERCEBER

Para Ricardo Carriço, que vimos no papel de um político corrupto e oportunista (Gabriel Villanova), em Amar Demais, da TVI, “as reações às coisas são a experiência da vida”: “É muito engraçado porque o Manuel Cavaco [ator, de 78 anos], há uns anos, virou-se para mim e disse isto: ‘Um ator também sofre’. E se passares por dificuldades na vida vais perceber muitas coisas. Houve coisas no passado que vivemos que, se hoje olharmos para elas, dá-nos capacidade de nos moldarmos às circunstâncias.”