Cofina

O QUE FAZER COM AS NOVELAS BRASILEIRAS?

POR LUÍSA JEREMIAS DIRECTORA DA TV GUIA

O contrato de exclusividade da

SIC com a Globo há muito que foi alterado e a ligação entre as duas estações entrou uma fase menos ativa. Os anos avançaram, os tempos mudaram, o gosto do público alterou radicalmente e aquele que foi o mais precioso dos acordos do canal de Balsemão passou a ser um negócio de respeito e cavalheiros, mais do que algo estratégico e fundamental para os bons resultados da empresa. Veja-se o exemplo atual: Bom

Sucesso, novela com elenco de “primeira”, que fez resultados simpáticos no Brasil, está atirada para o final da noite e, ou muito me engano, ou um destes dias é despachada para as madrugadas, tais são os resultados abaixo do desejado (e necessário) que alcança. Qual a alternativa? Usar (ainda mais) o horário da tarde para passar os “clássicos” e as novidades “globais”? A verdade é que até esse período já está estafado e não é todos os dias que estão disponíveis formatos divertidos, destinados ao público despreocupado desse horário. Encontrar o produto certo para o horário certo torna-se, assim, uma tarefa complicada para o programador Daniel Oliveira encontrar a solução desejável para todos.

Há “problemas” adicionais, poder-se-á dizer: a própria Globo está a emitir em Portugal e “açambarca” para si algumas estreias importantes que poderiam fazer a diferença. Falso problema, no meu ponto de vista.

Com a nova vida da TV Globo e a diversificação de produto – em particular da ficção – que começou a percorrer as vias paralelas do streaming, onde (assim se espera) há um cuidado acrescido com fotografia, texto e realização, que se mostra numa linguagem muito diferente do que acontece na televisão generalista – que tem de agradar e ser compreendida por todos os públicos – não há lugar na SIC para esses novos produtos. A não ser que se expanda à Opto. A não ser que se façam parcerias. A não ser que se olhe de forma mais aberta as coproduções que podem envolver sim outras plataformas e diversificar. Aí talvez sejam encontradas soluções e o negócio hoje quase desprezado ganhe uma segunda vida e seja visto como uma mais valia de futuro.

ÚLTIMA HORA

pt-pt

2021-10-21T07:00:00.0000000Z

2021-10-21T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/283257396074615

Cofina