Há quatro anos, o ator decidiu mudar de vida. Das Ciências saltou para a representação, onde diz ter-se encontrado. Os pais apoiaram e ele até teve sorte. Antes de terminar o curso, já gravava a série Esperança e logo a seguir Amor Amor. Momentos intimidantes, mas que o deixam nas nuvens, especialmente porque até a cara-metade entende a sua nova vida

Gonçalo Almeida não sonhava há quatro anos que um dia iria fazer parte da novela mais vista pelos portugueses. O ator estava a estudar Ciências e assume à TV Guia que “não tinha qualquer noção” do que era este meio. Contudo, as Ciências já não lhe diziam nada. Com a ajuda de um amigo, resolveu analisar o seu futuro: “Inicialmente, ponderei ir para Programação, depois Fotografia… até me falarem do TEC [Escola de

Teatro de Cascais]. Fiz uma audição, entrei e a minha vida mudou.”

Mas dali a entrar na televisão ainda havia um caminho longo. “Era tudo desconhecido para mim. Tinha feito umas brincadeiras nos escuteiros, mas pouco mais”,

relembra Gonçalo, de 21 anos, à nossa revista. Os pais, apesar dos seus receios, apoiaram-no. “Eles perceberam que eu não era feliz em Ciências. E quando fui para escola de teatro entenderam que era ali que me tinha encontrado. Se, no início, acharam que era um devaneio meu, não mo disseram, e eu confesso que não perguntei. Mas como depois começou a correr bem...”

Quando o ator se refere à vida ter corrido bem fala do casting que fez, ainda a estudar para a série Esperança, da Opto, na qual subitamente se viu a contracenar com César Mourão –

“que é um génio”. Aliás, para Gonçalo, um dos grandes dramas é que ele parece fadado a contracenar com gigantes: primeiro César Mourão, depois em Amor Amor, com Alexandra Lencastre, Luísa Cruz, Rogério Samora e Ricardo Pereira. “Ao início, fiquei com medo, mas eles, sendo ótimos colegas e boas pessoas, deram-me sempre liberdade para ser como sou”, conta. Porém, ser filho de Alexandra Lencastre na ficção marcou-o: “No início, foi assustador. Ter à minha frente a Alexandra, nem sabia como reagir. Foi superestranho. Mas ela foi uma querida!”

AGORA... VAIS TER DE CANTAR

Fazer de Ricky em Amor Amor foi fácil,

“graças à ajuda de toda a equipa”. No entanto, só ao fim de um tempo Gonçalo Almeida percebeu que a sua personagem “ia ter tanta envolvência”. “Só me apercebi mais tarde que ia influenciar todo o percurso da história. Foi assustador no início, mas agora já apanhei o ritmo”, garante. Mais intimidante todo o projeto da SIC se tornou quando lhe disseram que, além de representar, ia cantar. “Já cantei um bocadinho, o genérico, mas não vou ser cantor. Foi engraçado, mas um bocadinho constrangedor, pois só consegui acertar ao terceiro ou quarto take. Foi o que foi. Mas chegou-se lá”, assegura o jovem que depois descobriu que, se uma pessoa quiser, pode cantar: “Todos sabemos cantar, especialmente nós, atores, que aprendemos a colocar a voz.”

OS CIÚMES E O ASSÉDIO

Atenta à novela está a namorada. “Sim, tenho uma namorada. É verdade”, atira, com um sorriso largo. “Mas ela está tranquila”, acrescenta, referindo-se às cenas que vêm aí... em que terá envolvimentos amorosos: “Ela aceitou bem esta minha escolha de ser ator. Tivemos uma conversa, mas foi tranquilo. Conhece-me há muito tempo e percebe que o que faço é para entretenimento. Gosta de me ver feliz e se sente ciúmes não me diz.”

A namorada pode ainda não lhe ter dito nada sobre as beijocas, mas o público já começou a reconhecê-lo, ainda que ele garanta que sai pouco de casa. “Mandam-me é mensagens nas redes sociais. Mais homens do que raparigas. É engraçado, mas até agora nenhuma foi atrevida”, revela, adiantando uma história engraçada: “Também tenho senhoras que ainda misturam a realidade e ficção e me vêm pedir para não fazer mal ao Romeu, que ele não tem a culpa de nada. É engraçado. Às vezes, peço desculpa, mas digo sempre que não me comprometo e para verem o que vem aí. Mas é bom saber que a novela tem impacto com as pessoas. Percebi que, para muitas pessoas, tal como me tinham dito quando comecei, esta novela é um escape do dia a dia. A novela tem cor, música, dança… e isso faz as pessoas fugirem para um lugar mais feliz.”