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O “desalinhado” da TAP

Paulo Leal Sintra

Corro o risco de ser o único que não consigo ver nada de errado com o que se passou na TAP, exceto do lado do Governo. Vejamos: 1 – Alexandra Reis deixou o lugar de administradora, o que só pode acontecer em três situações: ou pede a demissão ou é demitida em assembleia-geral de acionistas ou chega a acordo com a empresa. Esta foi a alternativa escolhida, sendo a que me parece a mais cortês quando se pretende dispensar um administrador, e a que melhor defende o interesse de todas as entidades. A alternativa era mais onerosa para a TAP. 2 – Passados dois meses, encontrando-se desempregada, é convidada para administradora da NAV e aceitou (vou acreditar que não fazia parte do acordo de saída da TAP). Está no seu direito e a tutela não lhe comunicou que teria que devolver parte do valor recebido. 3 – A CEO, não sendo jurista, rodeou-se de especialistas tendo sempre comunicado os desenvolvimentos do processo negocial ao acionista que o sancionou e aprovou sem que detetasse nenhum erro. Ou seja, a CEO limitou-se a tomar uma decisão informada e a executá-la, como lhe compete. O Estado é o acionista maioritário da TAP, responsável pela sua governance, nomeadamente a nomeação e destituição dos membros do CA. Ou seja, a única entidade que falhou em toda a linha foi o Estado e os ministros da tutela que agora, para “sacudirem a água do capote”, despedem o presidente do CA e a CEO, que até estava a fazer um bom trabalho, e que vai acabar por receber uma indemnização milionária (e justa).

Do Leitor

pt-pt

2023-03-16T07:00:00.0000000Z

2023-03-16T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/283510800178053

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