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“A transição energética justa é o principal foco do EDP Y.E.S.”

O investimento feito pela EDP na transição energética justa e inclusiva demonstra a prioridade que é dada a este tema pela empresa.

Vera Pinto Pereira não esconde a preocupação quando recorda que existem no planeta mais de 750 milhões de pessoas ainda sem acesso a energia. Mas a administradora executiva da EDP também se revela otimista em relação ao futuro e nas suas palavras transparece o orgulho no programa EDP Y.E.S., que prevê um investimento global acima de 300 milhões de euros até 2030.

O que é o EDP Y.E.S. e o que motivou a EDP a criar esta iniciativa?

A EDP tem a ambição de liderar a transição energética e com isso contribuir para um amanhã melhor. Ao cumprir este desígnio, esta missão estratégica de negócio, mantemos também uma preocupação enorme para que essa transição energética seja justa e inclusiva.

Nesse sentido, o que fizemos no último ano foi canalizar para esse esforço o nosso investimento de impacto social e que prevê até 2030 um investimento de cerca de 300 milhões de euros em mais de 500 projetos espalhados pelos 30 países onde a EDP opera, debaixo do “chapéu” do programa Y.E.S. – You Empower Society, que tem precisamente este desígnio de trabalhar em cinco principais eixos: energia, cultura, competências, comunidade e planeta, por um amanhã melhor.

Como é que este plano se integra na estratégia de uma empresa de energia como a EDP?

A transição energética justa é o principal foco do EDP Y.E.S., à qual se destina cerca de 45% do investimento total em impacto social até 2025. Este investimento corresponde a projetos cujo âmbito contribui para muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas e com os quais a EDP está alinhada.

Objetivos como o combate à pobreza energética, o acesso a energia limpa, a promoção de produção e consumo sustentáveis ou a redução de desigualdades e o incentivo a mais inclusão, diversidade e proteção do ambiente estão, aliás, refletidos no próprio plano estratégico da empresa e nas suas metas de descarbonização, neutralidade carbónica, aposta nas energias renováveis e no desenvolvimento sustentável.

A inclusão energética é uma das prioridades de ação previstas nesta estratégia. Quais as necessidades identificadas pela EDP e como pretendem atuar nesta área específica?

A inclusão energética assenta sobre dois eixos principais. Primeiro: conseguir levar energia limpa a todas as comunidades. Depois, sobre a eficiência energética, porque, à medida que eletrificamos cada vez mais a nossa economia, é importante que o façamos de uma forma eficiente para que todos possam participar nesta transição energética de forma acessível.

Nós temos um elevado grau de desperdício energético, muito associado à pobreza habitacional, pelo que um dos eixos nos quais temos trabalhado e queremos reforçar a nossa atuação é, precisamente, o da pobreza habitacional, como forma de reduzirmos o desperdício de energia e, com isso, conseguirmos que as famílias possam participar na transição energética de forma mais acessível. Temos ações a decorrer em vários países, como por exemplo um programa que decorre há muitos anos em Espanha, e que leva maior eficiência energética às famílias. Temos igualmente um programa no Brasil e estamos a arrancar com um programa em Portugal, estritamente ligado a este tema do desperdício energético e da eficiência energética nas habitações.

A EDP também tem uma preocupação com o acesso à energia, especialmente em países em desenvolvimento. Que balanço faz desta aposta?

É importante lembrarmo-nos de que ainda existem no nosso planeta mais de 750 milhões de pessoas que não têm acesso a energia, com especial preponderância no continente africano. O impacto disso é muito substancial, na segurança dessas comunidades, nas suas condições de vida, na capacidade de aprender e de ensinar crianças nessas comunidades. Por isso, esta é uma preocupação substancial da nossa atuação e da nossa estratégia em matéria de impacto social.

Nesse sentido, em 2011, criámos o programa Access to Energy, que tem atuado sobretudo em países africanos, onde este tema do acesso à energia é especialmente importante. Nos últimos anos, investimos mais de 13 milhões de euros neste programa, precisamente nesta dimensão do acesso à energia, com o impacto que isso tem em diversas áreas e dimensões da vida comunitária.

“Nos últimos anos, investimos mais de 13 milhões de euros no Acesso à Energia, que tem atuado sobretudo em países africanos”

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2023-03-16T07:00:00.0000000Z

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