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Os oficiais generais pró-Rússia nas televisões

Não é mistério para ninguém que vários oficiais generais, com sólidas carreiras nas Forças Armadas, aparebem, cem a comentar nas televisões com opiniões que são objectivamente hostis à Ucrânia e favoráveis aos pontos de vista russos. Acho, sem ironia, que é bom que assim seja porque essas opiniões existem e devem ser ouvidas. A razão por que os classifico de pró-Rússia não é por discordarem de uma parte maioritária da opinião pública que é pró-Ucrânia. No que dizem, contrariando muita propaganda do “Ocidente” que qualquer pessoa que saiba destas coisas sabe que existe, põem alguma água na fervura sobre os “sucessos” ucranianos que são implausíveis e referem, e que há violências e crimes de guerra do lado da Ucrânia.

Mas onde se vê que são pró-Rússia é quando falam dos insucessos russos, que são sempre apresentados como medidas tácticas. Os ucranianos são derrotados, os russos estão a fazer “manobras”, os desastres políticos de Putin e militares dos militares russos são sempre minimizados, e as reais violências contra a população civil são sempre justificadas como tendo um significado militar, mesmo quando se percebe que é o terror o objectivo. E, num ponto, nos argumentos pró-Rússia, como nos do PCP, há uma falsidade essencial: nada, mas nada, na situação existente em 2022 podia justificar a invasão, e logo a seguir as anexações de território. Nem Maidan, nem 2014, nem o golpe de Estado contra o Presidente pró-Rússia, nem o Batalhão Azov, nem o alargamento da NATO a leste (e esquecem a recusa da entrada da Ucrânia na NATO), nada de nada legitima a invasão. E a partir daí pode ser-se o mais objectivo possível, mas há um imperativo em tomar partido pelo lado invadido. Como em 1939.

Opinião

pt-pt

2023-03-16T07:00:00.0000000Z

2023-03-16T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/282041921362821

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