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Alexandre Patrício Gouveia (1952-2023)

ALEXANDRE PATRÍCIO GOUVEIA PASSOU OS ÚLTIMOS 20 ANOS À FRENTE DA FUNDAÇÃO ALJUBARROTA

Gestor, político e comentador, foi dirigente do PSD e era atualmente Presidente da Fundação Aljubarrota. Morreu no passado domingo, dia 12, aos 70 anos

Empenhou-se no esclarecimento das causas do desastre de Camarate, acidente que a 4 de dezembro de 1980 vitimou, além do primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, a sua comitiva, da qual fazia parte Adelino Amaro da Costa, então ministro da Defesa, e o seu irmão mais velho, António Patrício Gouveia. Acreditou, mesmo após as conclusões das sucessivas investigações, que não se tratava de um acidente mas de um atentado, e foi determinante na procura de respostas, mesmo quando o Ministério Público decidiu não deduzir acusação.

Licenciado em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade Católica Portuguesa e pós-graduado em Gestão de Empresas pela Universidade de Columbia, distinguiu-se prolificamente como administrador da subsidiária portuguesa do grupo El Corte Inglés e no cargo de vice-presidente do Banco Chemical Portugal.

Na política, Alexandre Patrício Gouveia foi Adjunto para os Assuntos Económicos no gabinete do primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão entre 1981 e 1983 e Adjunto do gabinete do ministro do Comércio e Turismo, Álvaro Barreto, entre 1983 e 1984. Fora da política e da gestão, era um ávido conhecedor de História e destacou-se nessa área, para a qual deu grandes contributos.

Membro da direção da Sociedade Histórica Independente, Alexandre Patrício Gouveia era o atual presidente da Fundação da Batalha de Aljubarrota. Lembrado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como o “inspirador” desta causa e tido como uma figura que “transformou em causa da sua vida a identidade histórica e cultural de Portugal”, é um dos principais responsáveis pela defesa da classificação do Campo Militar de São Jorge e dos vários campos militares relacionados com as Guerras da Independência, no fim do século

XIV – Atoleiros, Trancoso e Aljubarrota –, assim como da Guerra da Restauração do século XVII – Linhas de Elvas, Ameixial e Montes

Claros – a património cultural. Para o Conselho de Curadores da Fundação, do qual fazem parte Daniel Proença de Carvalho, Jaime Nogueira Pinto, Manuel Braga da Cruz e Manuel Pinto Barbosa, Alexandre Gouveia destacou-se no cargo, “proporcionando aos portugueses, aos turistas que nos visitam e aos investigadores da nossa história, o melhor conhecimento dos acontecimentos”, além de destacarem o contributo “aos jovens na confiança de um futuro para Portugal e um exemplo de patriotismo e de mecenato de que o País tanto precisa”. Nascido na freguesia da Misericórdia, em Lisboa, em 1952, Alexandre Patrício Gouveia era primo em segundo grau de Francisco Pinto Balsemão e primo em terceiro grau de António Capucho. Deixou quatro obras escritas: A Batalha dos Atoleiros (Prime Books); Os Mandantes do Atentado de Camarate (Ideia-Fixa);

A Economia Portuguesa na Zona Euro (Alêtheia Editores); e A Batalha de Trancoso (Arcádia). Morreu no último domingo, dia 12, com 70 anos. ●

A Semana

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2023-03-16T07:00:00.0000000Z

2023-03-16T07:00:00.0000000Z

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