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Gourmet

O Nómada já era um dos preferidos dos amantes de sushi em Lisboa. Discreto nas Avenidas Novas, saltou agora para o Chiado, onde se está a exibir.

Por Ângela Marques

Sushi do clássico Nómada agora está disponível no Chiado

Francisco Bessone desenhou um menu de degustação cujo coração parece balançar entre o sushi de fusão e a cozinha tradicional asiática com sabores portugueses

QUEM VIVEU sabe: os dois anos de pandemia (com os seus confinamentos, portas fechadas e fins de semana pela metade) criaram buracos negros de muitas maneiras. Entre as menos importantes, a mais importante foi termos perdido a conta aos restaurantes que abriram e reabriram, abriram e não reabriram e abriram e nunca explodiram. O Nómada Chiado, irmão mais novo do Nómada das Avenidas Novas, em Lisboa, cabe bem nesta última categoria. Abriu em 2020 mas é agora que está a viver o seu maior esplendor.

Com o chef Francisco Bessone aos comandos da cozinha, o Nómada Chiado tem um menu especial composto por 10 ou 12 pratos descritos de forma vaga como “uma viagem entre o sushi de fusão e a cozinha tradicional asiática com sabores europeus e portugueses”. Questão: se a definição parece um truque de marketing para empolar, a realidade disse-nos, num jantar recente, que ela só peca por defeito no autoelogio. Porque o que o Nómada Chiado faz não é uma viagem, é um caminho sem volta: depois de provar este novo menu de degustação, não será fácil usar o termo “degustação” como até agora.

Na carta mantêm-se os clássicos do Nómada – os cones de tataki de atum (pó de alga nori, sésamo e cebola confitada em vinho do Porto) e o carpaccio de lírio (ponzu, azeite de alho e raiz de aipo) – mas acrescentam-se-lhes novidades como os puris coreanos (tártaro de novilho, gengibre, pasta de malagueta e gema com citronela) as vieiras beurre noisette (puré de goma wajame, beurre noisette e amendoim).

O sashimi, o gunkan especial do chef (uma peça de vieira, lavagante e itogaki) ou o nigiri de enguia, foie gras e trufa (surpreendente, para dizer o mínimo) compõem um menu que pode ser fechado com chave de ouro: um fofo de chá verde feito de matcha, chocolate branco, crocante e gelado de melão e gengibre.

O menu de degustação está disponível todos os dias de funcionamento do Nómada (de terça a sábado), ao almoço e ao jantar. A carta normal também pode ser pedida (e, dentro dela, há surpresas como o ramen, a €12, com robalo e algas do Atlântico, ou o xerém de miso, por €15, com legumes biológicos salteados e cogumelos momofuko), bem como o menu executivo (este só ao almoço, por €21).

Vale também a pena dedicar algum tempo a olhar a carta de vinhos e outras bebidas. Além de cocktails como o Paris (feito de gin Roku, St. Germain, poejo, limão e pepino, €12), destaca-se o Branco Vulcânico de 2019, da Azores Wine Company – mineral, com notas salinas –, que é mais que perfeito para acompanhar o banquete de sushi que o Nómada Chiado nos serve. ●

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2022-08-11T07:00:00.0000000Z

2022-08-11T07:00:00.0000000Z

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