Também autor do extraordinário Caos Calmo, de que Nanni Moretti, que o adaptou ao cinema, interpretou o papel principal, Sandro Veronesi assina uma saga familiar original, que brinca com a cronologia de acontecimentos tornando a leitura compulsiva. O feito valeu-lhe o prémio Strega, o maior das letras italianas.

A história começa em 1999, com um oftalmologista a quem a mãe em tempos chamava colibri a receber a visita do psicanalista da sua mulher. Descobre-se traído e rapidamente a narrativa nos conduz a uma carta de amor de 1981. Depois recua mais, até aos anos 70, para descobrirmos um amigo dele, da adolescência, que “dava azar”. Logo volta a 1999, para depois nos mostrar o miúdo que foi nos anos 60. O vai e vem não para e conduz-nos até 2030 – tudo em capítulos breves, de escrita escorreita mas depurada, e com genial desenlace.