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SABORES DE PORTUGAL

Siga viagem connosco na companhia de um profundo conhecedor da região Centro. Estas são sugestões do chef Diogo Rocha para redescobrir Viseu. “Ser Portugal” é isto.

Diogo Rocha é o chef do único restaurante distinguido com uma estrela Michelin no Centro de Portugal. Em Viseu, dirige a cozinha do restaurante Mesa de Lemos, o palco perfeito para mostrar que Portugal produz tudo o que é preciso para praticar a alta gastronomia. Pelo caminho, revela as preciosidades da terra que vale a pena descobrir. Numa viagem de sabores, prepare-se para degustar!

Foram vários os prémios que o Mesa de Lemos recebeu desde que abriu portas. O mais sonante será a Estrela Michelin, distinção que mantém desde 2019, uma recompensa à criatividade e qualidade deste restaurante único, que põe Viseu no mapa da gastronomia nacional e, sobretudo, internacional. Este é ponto obrigatório na passagem pelo Centro de Portugal, daquelas paragens irrepreensíveis, deliciosas, que ninguém esquece e muito menos se arrepende de fazer. Ao leme encontramos o chef Diogo Rocha, natural da região, bom conhecedor dos melhores produtos regionais e nacionais, que une o tradicional às técnicas da cozinha moderna. O que aqui se serve à mesa são os sabores mais genuínos.

Cabrito, marisco, legumes, carne de vaca, de porco, enchidos, fumeiro... Para Diogo Rocha, Portugal é um país pequeno, mas gigante em produção e em qualidade. “Com tão pouca quantidade de terra, conseguimos produzir coisas absolutamente extraordinárias. Às vezes basta andarmos 10 ou 15 quilómetros e já tudo muda. Os vinhos mudam, a fruta muda. Isto é incrível”, explica o chef. É a proximidade que dá ao Mesa de Lemos o que procura. Estão a 70 quilómetros do mar. “Porque não havemos de ter peixe fresco?”, atira Diogo Rocha.

“Às vezes dizem-nos que nós somos do Interior e eu costumo brincar que somos de um falso interior. Estamos a 3 horas de Lis“O novo T-Roc, graças à altura do chassis e dos bancos, torna-se extremamente agradável pelo acesso e pelo conforto que proporciona. As dimensões interiores são muito interessantes para uma viatura desta gama e a bagageira é a maior do segmento, permitindo uma utilização quer na cidade, quer no campo, permitindo, sobretudo, usá-la nas nossas estradas rurais. Pelo conjunto destas características, este é o automóvel perfeito para redescobrir Viseu.

Fernando Martins, da Gavis, Concessionário oficial da Volkswagen em Viseu

boa, 1 hora e pouco do Porto. De Aveiro estamos a menos de 1 hora, das praias… Ao ponto mais alto de Portugal, que é a Serra da Estrela, também estamos precisamente aos mesmos 70 quilómetros”, nota o chef. Surpreendido?

Tudo o que a terra dá

No Mesa do Lemos o “alerta” para os produtos da época vem diretamente da terra, cultivados na própria Quinta de Lemos.

Diogo Rocha diz-nos que está aí a chegar a época do tomate, mas ainda não estamos bem lá. Astrologia? Não. “Temos uma pequena horta em que conseguimos fazer algumas produções de alguns legumes, essencialmente. Portanto, neste momento temos espinafres, começam a surgir algumas favas e ervilhas, mas eu até costumo brincar que é uma horta-campainha, que é quase do género que nos vai lembrando o que há na época”, conta.

Mas a maior produção da Quinta de Lemos é o vinho. Estamos em Salgueiros, no coração do Dão, a primeira região demarcada de vinhos não fortificados de Portugal. “Nós essencialmente produzimos vinha. Essa é a nossa maior produção e é esse o nosso objetivo. Neste caso vinho do Dão. Touriga Nacional, Roriz, Alfrocheiro e Jaen, principais castas da região do Dão, e o Encruzado, obviamente, nos brancos”, explica. Na Quinta produz-se também azeite, feito à semelhança do vinho, com separação das variedades, “quase como se fosse por castas”.

Da mercearia do pai à cozinha

“Às vezes quando falo da minha história parece-me que estou a repetir mas, como não é inventada, então sai sempre igual”, começa por enunciar Diogo Rocha quando lhe perguntamos se sempre quis ser cozinheiro. E é verdade, o chef sempre soube o caminho que queria seguir. Tudo começou na mercearia do pai, a cortar fiambre e queijo, a desmanchar a carne. “Coitadinhas das senhoras que levavam aquela carne e reclamavam”, partilha com humor. “Eu, de facto, divirto-me sempre. Sou cozinheiro por um motivo, porque me apetece, porque é a minha vontade. Não tem outro jeito, não há outra forma de pensar”, conta.

Aos 16 anos, Diogo Rocha já marcava presença em cozinhas profissionais. Teve a sorte de conhecer o chef Vítor Sobral, que o aconselhou a estudar “para ser ainda melhor”. Diogo Rocha seguiu o conselho. Estudava e trabalhava ao mesmo tempo. Hoje, está feliz com o caminho que escolheu. “Neste momento, sou feliz. Nestes quase 40 anos

de vida. Porque sempre quis ser isto e a história é muito essa. É fazer aquilo de que gosto mesmo”, partilha.

As voltas e o regresso a Viseu Minas da Urgeiriça,

Diogo Rocha nasceu nas em Canas de Senhorim. A vida de comunidade unida influenciou a sua forma de estar. A sorte de começar a trabalhar com Celso Lemos, o homem por trás do sonho da Quinta de Lemos, aproximou-o ainda mais deste propósito. “É uma pessoa que dá muita importância à família e a todas as pessoas que trabalham com ele”, partilha. Diogo Rocha estudou em Coimbra e no Estoril, mas voltou à terra pela ligação ao território onde nasceu.

A paixão pelos queijos

Diogo Rocha é cozinheiro também porque gosta “imenso de comer”. E um dos produtos que mais gosta de comer é o queijo, de todos os tipos e mais alguns. “É fácil gostar de uma coisa que é boa. Queijo é ótimo. Quem é que não gosta de queijo? Eu adoro queijo e acho

que Portugal é um país que ainda tem muito por descobrir, porque temos queijos absolutamente extraordinários”, partilha.

O gosto natural de comer bom queijo, o contacto desde muito cedo com este “produto da casa”e a sensação de haver pouca biografia sobre queijo, levou o chef a lançar o Queijaria do Chef. O livro é quase um guia com harmonizações, receitas práticas e fáceis de fazer, e um convite para adaptar um produto português a algumas receitas internacionais, como um risoto, uma pizza, uma salada com queijo fresco… Foi lançado mais tarde em inglês, para que quem visite o Mesa de Lemos o leve. “Acho extraordinário dar um livro daqueles a um francês. É dizer assim: ‘nós também somos bons’.”

Descoberta das preciosidades locais

Guiados pelo chef, fomos descobrir os segredos da região a bordo do novo T-Roc. Não precisamos de ir longe para a primeira paragem: um moinho de água em Vilar de

Moinhos, outrora terra de muitos moinhos – daí o nome –, explica-nos Diogo Rocha. Hoje, Vilar de Moinhos tem apenas um moinho em funcionamento, recuperado por Firmino Toipas.

“Uma pessoa extraordinária, porque é carismático, faz aquilo com coração e defende precisamente a importância de mostrarmos às nossas gerações, mais velhas e mais norecuperada,

vas, aquilo que realmente se fazia naquele lugar, o produto que dali resultou, uma broa que é para todos a melhor”, conta. Claro que “o melhor é sempre muito subjetivo”, mas, para o chef Diogo Rocha, a broa de Vila dos Moinhos é a melhor e a que toda a gente adora.

Sabores bem típicos da região

A cozinha de Diogo Rocha é uma interpretação moderna dos sabores portugueses, mas os sabores tradicionais da zona também têm um lugar especial no coração do chef. O próximo destino deste roteiro único é um dos “segredos” para saborear as especialidades de cozinha da região: o Clube de

Caçadores de Viseu. Na estrada que liga Viseu a Lamego, encontramos o restaurante tranquilo, de ambiente relaxante, “no meio da natureza”, onde o único barulho que se escuta é o do bater dos talheres.

Símbolo da história

Nem só de sabores se fazem as redescobertas. A próxima paragem faz-se para conhecer um museu que recria o quotidiano da Beira Alta, o Museu do Linho de Várzea de

Calde. “Um dos mais bonitos que conheço”, comenta Diogo Rocha. “E é bonito principalmente pelas pessoas que encontro sempre”, acrescenta. Para o chef, são as pessoas que fazem aquele museu. Trata-se de uma casa onde se criou o ciclo do linho, um dos fazeres que são a alma desta região.

Para terminar: um bom queijo

Sendo o nosso anfitrião um amante natural de queijo, não havia outra forma de terminar este roteiro sem dar a conhecer a escolha do chef: a Queijaria Vale da Estrela. Aqui encontramos queijo Serra da Estrela DOP, na versão amanteigado ou queijo velho. “E depois têm um requeijão. E eu brinco a dizer ‘eu nunca provei uma nuvem, mas sabe-me a nuvem’. É extraordinário. É fofo, tem o sabor típico do requeijão, tem a quantidade de sal certa… É todo ele muito bom. Então quando é acabado de fazer e ainda está morno, bem!”, partilha. Impossível resistir!

Especial Redescobrir Portugal

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