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Habitação

Os portugueses são dos que mais arriscam na dívida e dos que menos arriscam na poupança. Encargos com a dívida subirão este ano mais de 80 euros mensais por cada 100 mil euros. Poupança continuará a render zero.

Por Bruno Faria Lopes

É preciso investir: juros mais altos e poupança a render zero

1 Em escassos meses o mundo das taxas Euribor mudou.

Quando a SÁBADO fez o habitual destaque sobre finanças pessoais na primeira edição do ano, a Euribor a 12 meses era -0,5% e o mercado previa que ficasse positiva só em dezembro. A Euribor a 12 meses – a mais comum nos novos créditos – está agora em 1,023% e o mercado espera vê-la em 1,25% no fim do ano e em 1,5% em meados do próximo. Na taxa a seis meses, hoje em 0,67%, a previsão é de 1,15% em dezembro e 1,24% em meados de 2023. A subida não ficará por aqui.

2 Quem pediu emprestado nos últimos anos sentirá mais.

A dívida por amortizar é mais alta. O salto de janeiro para dezembro significa mais 84 euros mensais por cada 100 mil euros de crédito (assumindo um spread de 1,2% e um prazo de 30 anos); em junho de 2023 a diferença face a janeiro deste ano será de 97 euros. Um quarto dos 116 mil contratos de crédito à habitação feitos em 2021 foram acima de 150 mil euros. O saldo médio de todos os contratos existentes é de 70,6 mil euros, segundo o Banco de Portugal.

3 Os contratos de crédito a taxa variável são 93% do total.

Ao contrário dos devedores em alguns países mais ricos (França, por exemplo), os portugueses arriscam na gestão da dívida. Poucos têm taxa fixa. A maioria, contudo, quer risco zero na poupança: em junho os depósitos nos bancos, sem remuneração e a perderem face a uma inflação média de 6%, atingiram um recorde de 180,4 mil milhões de euros. Os bancos indicaram ao Expresso que as taxas dos depósitos vão tardar a subir, em contraste com as Euribor.

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2022-08-11T07:00:00.0000000Z

2022-08-11T07:00:00.0000000Z

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