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QUEM É JULIEN LABROUSSE?

Julien Labrousse é arquiteto e mudou-se de Paris para Lisboa para recuperar a antiga casa dos Duques de Lafões. Será um teatro performativo – mas há mais.

Por Raquel Lito

É francês, tem 44 anos e vive em Lisboa. Comprou um palácio, que abrirá ao público, e planeia um eco-resort no Cabo Espichel

Ninguém diz que aquele salão foi, em tempos, um picadeiro com chão de terra batida. Os cavalos passaram à história. Pisa-se agora um soalho de madeira maciça, de eucalipto, e as caixilharias das janelas são do mesmo material (e não do inestético PVC). Os reposteiros acentuam a atmosfera palaciana. Sim, estamos num palácio, o do Grilo, classificado como Monumento de Interesse Público, no Beato, em Lisboa – pertenceu aos Duques de Lafões desde a sua fundação, em 1759, até 2018. Desde então é copropriedade do francês Julien Labrousse, arquiteto de 44 anos, com carreira feita em Paris pela reabilitação de dois teatros (Élysée Montmartre e Le Trianon, a funcionarem como salas de espetáculos e a sua principal fonte de rendimento).

Julien não é um investidor comum. Gosta de projetos invulgares, como revela o seu currículo. Antes de ser arquiteto, há 20 anos, tentou a realização de videoclipes e curtas-metragens. Depois abriu uma empresa de informática, uma discoteca, uma galeria de arte e um restaurante. Focou-se na Arquitetura, alimentando o negócio dos pais (editores de livros especializados na área). Em plena pandemia, escolheu Lisboa para viver após tanto ouvir dizer que era a Califórnia da Europa: “Faz parte do mapa das cidades cool.” Fala em Português, só erra na sintaxe.

Sócio-gerente do palácio, Julien coordena a equipa para que não haja derrapagens de prazos, porque a 20 de junho o espaço de 7 mil m2 abrirá ao público. O ensaio geral aconteceu a 29 de abril, quando a SÁBADO lá foi antes do lançamento do romance A Diagonal Alekhine, do autor francês Arthur Larrue (edições Quetzal).

Não será um hotel de charme, tão-pouco um condomínio de luxo, mas algo tão improvável como um teatro performativo. O ambiente cénico, as instalações sonoras e os 15 atores guiarão os visitantes para outro universo, que não o da especulação imobiliária. Será de sonho, conforme tinha idealizado o fundador D. Pedro Henrique de Bragança, 1º Duque de Lafões (1718-1761). “A ideia é que as pessoas circulem por estas áreas. Será um sítio aberto, uma proposta cultural diferente. À noite mais espetacular.” Não adianta mais sobre o projeto, onde o elenco funciona como trupe. Há que manter a aura de mistério – o sócio Leonard Degoy, ligado ao esoterismo, conta ali 102 fantasmas – e a liberdade criati

“A IDEIA É QUE AS PESSOAS CIRCULAREM NESTAS ÁREAS. SERÁ UMA PROPOSTA CULTURAL DIFERENTE”, DIZ JULIEN

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2022-05-12T07:00:00.0000000Z

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