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MONÓLOGOS DO PÉNIS

“COM A PANDEMIA, o que as pessoas querem agora é rir”, diz à SÁBADO Ricardo Carriço, justificando a escolha da peça que o junta em palco, pela primeira vez, a Ricardo Castro, no Auditório do Casino Estoril, interpretando dois amigos que, à mesa de um bar, falam de sexo e relações, mas também das suas fragilidades, aflorando temas como a preocupação com o tamanho da genitália ou os orgasmos fingidos.

Monólogos do Pénis recria um original brasileiro, nascido em formato de diálogo, “que na verdade não o são, porque é uma conversa de surdos, eles não se ouvem, o discurso de cada um não muda com a troca de ideias”, como realça o encenador, Paulo Cintrão.

Grande êxito do outro lado do Atlântico, já foi levado à cena em Portugal há 12 anos, por Almeno Gonçalves e António Melo, com o título I Love My Penis. Agora, é quase outra peça. “Desafiámos o Luís Filipe Borges, o Boinas, para fazer uma adaptação à realidade portuguesa”, explica Carriço, que teve a ideia depois de contracenar com Castro na telenovela Amar Demais: “Fez-me perceber que havia uma energia entre os dois ideal para a comédia.”

“Homens vividos, com vários casamentos”, os amigos em cena são diferentes entre si:

Santiago (Carriço), jornalista e escritor, é mais poético a falar das mulheres; Guilherme (Castro), vendedor de automóveis, é menos sensível – ou, pelo menos, parece. “Equilibram-se um ao outro, mas no fundo são dois tontos”, diz Castro.

“Comparo-os ao palhaço rico e ao palhaço pobre, um sempre a refrear o outro”, remata Cintrão, garantindo que isso impede que o texto resvale em machista, mesmo que se comentem rabos e mamas: “É tudo tratado com respeito.” W

Santiago, representado por Carriço, é jornalista e escritor, poético e sofisticado quando fala das mulheres; Guilherme, a personagem de Castro, é vendedor de automóveis e menos sensível

Teatro

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2021-09-23T07:00:00.0000000Z

2021-09-23T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/283218741314222

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