Música
Como principal atração este ano, o Santa Casa Alfama leva a palco uma homenagem a Carlos do Carmo, com produção de Marco Rodrigues. Regressa ao histórico bairro lisboeta este fim de semana.
Por Pedro Henrique Miranda
Relembrar Carlos do Carmo
Marco Rodrigues, Camané, Paulo de Carvalho, Maria da Fé e Ricardo Ribeiro sobem ao palco para homenagear o legado de Carlos do Carmo
PARA MARCO RODRIGUES, Carlos do Carmo não era apenas um ídolo, mas a sua “maior referência no mundo do fado”. O fadista teve ainda a sorte de tê-lo como amigo pessoal e conselheiro profissional, de tal modo que, fora o primeiro, todos os seus discos “foram ouvidos pelo Carlos do
Carmo antes de saírem” – o cantor “foi fundamental para que eu me apaixonasse por esta música”, diz mesmo.
É natural, então, que no primeiro Santa Casa Alfama desde a morte de Carlos do Carmo, fosse Marco o escolhido para encabeçar a produção do espetáculo em sua honra, a principal atração do festival de fado lisboeta deste ano, na noite de sábado, 25 de setembro.
O seu objetivo, conta, é traduzir para o palco o sentimento único de ouvir um intérprete incomparável: “Quando ele falava em viela e em rua, sentia que era projetada uma imagem de uma viela ou de uma rua de Lisboa à minha frente.”
“Essa força que ele dava a cada uma das palavras que cantava é um dos grandes legados que o Carlos deixou”, diz Marco, “orgulhoso” desta homenagem que tem um rol de artistas de luxo: Paulo de Carvalho, “amigo e um dos compositores maiores” dos temas de Carlos do Carmo, Maria da Fé, que tinha “uma relação muito chegada” com ele, e o seu filho, Gil do Carmo, além de Camané, Ricardo Ribeiro, Sara Correia e do próprio Marco Rodrigues. Podia ter selecionado uma lista de canções mas, em vez disso, deixou “cada um dos artistas escolher dois temas dele, que gostassem de cantar, para o concerto”. Para acompanhar, convidou “o trio de músicos que fez o som do Carlos do Carmo nos últimos 15 a 20 anos”: José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença na guitarra clássica, e Marino de Freitas no baixo, de forma a garantir “uma grande proximidade à sonoridade do que o Carlos fez nos últimos tempos”. W
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2021-09-23T07:00:00.0000000Z
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