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Casa Ermelinda Freitas conquista mais de 180 medalhas em 2021

Desde 1999, a empresa produtora de vinhos sediada em Setúbal já alcançou mais de 1500 prémios cá e lá fora

Em 2021, a Casa Ermelinda Freitas conquistou mais de 180 medalhas, das quais 58 de ouro em diversos concursos nacionais e internacionais que decorreram um pouco por todo o mundo. Recentemente foi considerado o Melhor Produtor de Portugal no Mundus Vini, o maior concurso de vinhos da Alemanha, depois de os seus vinhos terem alcançado 16 medalhas no evento, entre as quais seis de ouro para os vinhos Casa Ermelinda Freitas Syrah Reserva 2019, Vinha do Torrão Branco 2020, Vinha do Rosário Syrah 2020, Casa Ermelinda Freitas Moscatel de Setúbal Roxo Superior 2010, Quinta da Mimosa 2018 e Casa Ermelinda Freitas Moscatel de Setúbal Superior 2009. Destaque também para o Casa Ermelinda Freitas Espumante Reserva 2012, que recebeu uma medalha de ouro e integrou a lista dos 50 Melhores Espumantes da organização de marketing de vinhos Wine Pleasures. Também para a medalha de grande ouro conseguida pelo Casa Ermelinda Freitas Moscatel de Setúbal Roxo Superior 2010, nas Selections Mondiales des Vins, que decorreram no Canadá. E para o Sand Creek Tinto 2020, que foi considerado o Melhor Vinho de Portugal no Korean Wine Challenge, que decorreu na Coreia do Sul este ano.

Património vitícola

A Casa Ermelinda Freitas tem, hoje, mais de 1500 prémios conquistados pelos seus vinhos em concursos nacionais e internacionais da especialidade. Leonor Freitas, a sua proprietária e gestora, transformou, em cerca de 20 anos, a pequena empresa familiar, produtora de vinhos a granel, numa das maiores empresas vitivinícolas da Península de Setúbal. Mais recentemente decidiu investir também no Douro, com a aquisição da Quinta de Canivães, com 20 hectares de vinha e, um pouco mais tarde, na região dos Vinhos Verdes, com a compra da Quinta do Minho, cujos vinhos já foram lançados no mercado. Quando Leonor Freitas assumiu o lugar do pai, na casa agrícola da família, que tinha 60 hectares de vinha, trabalhavam três pessoas. “A maior parte estava plantada com a casta tinta tradicional da região, a Castelão. Para além disso havia um pouco de cepas brancas Fernão Pires, que apenas represen tava 5% do total”, recorda. Estimulada pela capacidade inata de empreender, começou por alargar o seu património vitícola. As primeiras aquisições foram feitas a parentes por motivos afetivos. “Assim fui juntando, de novo, a herança partilhada da minha avó”, explica Leonor Freitas. Mas depois passou a adquirir mais vinhas porque precisava para assegurar a produção e a resposta às solicitações do mercado, que foram crescendo com o tempo. Hoje, a maioria do património vitícola que possui, cerca de 550 ha, fica nas proximidades da adega. E as duas castas iniciais passaram a ser mais de 30, apesar de Castelão e Fernão Pires ainda se manterem como principais variedades da empresa.

Mercados e clientes

Uma das decisões essenciais ao sucesso da empresa foi a de fazer marcas próprias, que passou a engarrafar com o logótipo da Casa Ermelinda Freitas. “Esse foi o grande passo para o início da conquista dos mercados e da preferência dos consumidores em cada um deles”, explica a empresária, acrescentando que procurou, desde o início, que os vinhos que a sua empresa põe no mercado tenham uma relação qualidade/preço elevada. A primeira marca própria, Terras de Pó, foi lançada ainda na década de 90. Mas foi apenas quando o seu principal comprador de vinhos a granel não adquiriu a sua produção, como habitual, em 2002, que decidiu lançar-se exclusivamente na produção e comercialização de vinhos engarrafados. Dois dias depois de ser informada e de meditar sobre o que iria fazer para solucionar o problema, decidiu criar mais marcas e passar a vender também vinhos em bag in box. “Fi-lo de forma envergonhada, pois a imagem deste tipo de embalagens, na altura, não se coadunava com vinhos de qualidade”, revela Leonor Freitas, acrescentando que a opção foi correta, pois a comercialização de vinhos de qualidade, dentro de bag in box, foi a principal razão do sucesso inicial da empresa, fora e dentro do País.

O formato foi tão bem aceite onde entrava, que começaram a aparecer pequenos revendedores, na empresa a quererem comercializá-lo, a nível local, em diversas zonas do País. Hoje são algumas dezenas em território nacional. Para eles, a empresa criou a marca M.J. Freitas, vendida em restaurantes e cafés, que não se encontra na distribuição moderna. Ainda hoje é a marca mais vendida em bag in box. Nas diversas idas ao estrangeiro, à procura de novos mercados e clientes, Leonor Freitas começou a verificar que os consumidores internacionais não queriam vinhos da casta Castelão, e sim das variedades de origem francesa mais divulgadas, como as tintas Syrah e Merlot. Como queria produzir vinhos diferentes e precisava de exportar, plantou castas internacionais, mas também as portuguesas mais conhecidas lá fora, como a Touriga Nacional ou a Tinta Roriz. “É preciso mostrar, primeiro, vinhos de castas conhecidas, que funcionam como cartões de visita, para depois apresentar os nossos”, explica Leonor Freitas, acrescentando que, depois de os provarem, os estrangeiros gostam, e ficam admirados com a qualidade dos vinhos produzidos em Portugal.

O desafio da competitividade

Para Leonor Freitas, o principal desafio da sua empresa é manter a sua competitividade, com base na qualidade dos vinhos que põe no mercado. Por isso, a formação e atualização das equipas e a aposta em novas tecnologias são uma constante. Como a inovação é essencial à diferenciação e, por consequência, à manutenção da capacidade competitiva, a Casa Ermelinda Freitas procura lançar, todos os anos, produtos distintos. “Foi o caso do Vinha do Torrão Reserva Branco, um vinho diferenciado com base na casta Alvarinho, que já se encontra no mercado”, explica Leonor Freitas, acrescentando que há ainda outra novidade, o Terras do Pó Branco Reserva, produzido com base na casta Sauvignon Blanc.

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2021-09-23T07:00:00.0000000Z

2021-09-23T07:00:00.0000000Z

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