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O caso do embaixador internado

UM “EPISÓDIO MANÍACO”

Em julho, o embaixador de um país do Norte de África acreditado em Lisboa deu entrada na urgência de um hospital por comportamento agressivo, sobretudo com funcionários da embaixada. Foi-lhe diagnosticado um episódio maníaco e dada ordem de internamento. Recusou e tentou fugir do hospital nesse mesmo dia, apenas vestido com a roupa de paciente, com a típica abertura à retaguarda. Intercetado pelos seguranças, foi amarrado a uma cama. Foram acionados os mecanismos previstos na Lei de Saúde Mental, que preveem internamento compulsivo se o juiz de turno do Ministério Público considerar que o doente é um perigo para si e para a sociedade. Transferido para outro hospital de Lisboa para internamento, invocou imunidade diplomática. Durante dias, o caso andou a ser, cuidadosa e secretamente, dirimido entre o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a embaixada, o seu homólogo e a administração do hospital lisboeta. O embaixador esteve internado duas semanas, num quarto de dois doentes, mas teve o privilégio de a outra cama ser ocupada por um dos seguranças e de ter algumas refeições trazidas de fora. Tentou ser transferido para outro hospital, com condições menos modestas – mas não foi autorizado. Acabou por sair do hospital diretamente para um avião de regresso ao país de origem.

A Semana

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2021-09-23T07:00:00.0000000Z

2021-09-23T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/282020445438638

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