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Do que não gostei

Politólogo Nuno Rogeiro nrogeiro@gmail.com

Não gostei de ver uma intrigalhada – só a benefício dos jogos do circo e dos gladiadores – fabricada entre o PR e o PM, a propósito de “marchas atrás”: no desconfinamento e no pós-estado de emergência.

Não gostei. Interessa-me pouco o relato cor de rosa ou as lendas negras sobre as relações pessoais de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. A um português comum, o que importa são os atos e as políticas, as ideias teóricas e a colocação destas em prática. As promessas de campanha e o que se cumpre, após a dita.

Não gostei de ver o Governo aprovar um diploma que suspende o direito de circulação de cidadãos, sem promulgação do Estado de Emergência. O que manifestamente viola o artº 19º da Constituição.

Não gostei de não ver, do PR, a iniciativa imediata de desencadear o processo de fiscalização sucessiva abstrata da mesma norma.

Não gostei de ver PR e PM valorizarem os feitos da seleção nacional acima de tudo. Adoro ver e jogar futebol. Orgulho-me da equipa e comovo-me com o hino. Acho que muitos sacrifícios são permitidos, a bem de um estilo de jogo português, da formação de jovens atletas, da melhoria das nossas classificações no mundo. Mas, que diabo, é futebol. Uma ótima e saudável válvula de escape, e um motivo legítimo de soberba coletiva. Mas é absurdo declararmos a mesma como prioridade, com os desafios dramáticos que temos pela frente.

Não gostei de ver juras sobre confinamento e abertura, de vários setores da soberania. As medidas sanitárias e profiláticas só podem ser guiadas Q

Opinião

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2021-06-24T07:00:00.0000000Z

2021-06-24T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/281904481144143

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