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PAULINHO

Em tempo de Mundial, futebol voltou a Alvalade: 23 remates, seis golos e vitória incontestável

CRÓNICA DE DAVID NOVO

PRATA: O avançado que passa tanto tempo distanciado do golo regressou ontem em bom estilo à competição. Mesmo contra um adversário de menor valia, dois golos e uma as- sistência mal não fazem...

Quando Paulinho fez o primeiro golo, olhou para a bancada e abraçou Trincão, o autor da assistência. Sempre de cara fechada, não porque estivesse triste por marcar, mas provavelmente ainda chateado com ele próprio pelo falhanço inacreditável uns minutos antes – e é caso para isso, porque atirar ao lado quando se está sozinho e na cara do guarda-redes... Esbracejar e ficar visivelmente zangado quando se falha e impávido e sereno quando se marca pode ser apenas a manifestação de quem sabe que tem como principal função marcar golos e, ao mesmo tempo, alguém que também sabe o que é ouvir a insatisfação das bancadas de Alvalade quando a bola não entra. O futebol é um jogo de emoções, mas é também um jogo de ações. E, aqui, Paulinho teve mérito pela forma como ganhou a frente a Muscat antes da finalização bem conseguida de primeira com o pé esquerdo. A ficha de jogo tem Paulinho como autor do 1-0, Trincão como o assistente e também devia ter Nuno Santos como assistente do assistente, graças a um toque subtil e igualmente importante que desmontou a linha defensiva do Farense.

Um golo do camisola 20 aos… 20 minutos; o segundo golo aos 22’. Novamente com a bola a chegar do lado esquerdo de Trincão, com um toque de Pote e execução de Paulinho. O remate de pé esquerdo, o dominante, foi defendido por Ricardo Velho, mas o segundo com o direito entrou mesmo. E, desta vez, com um festejo tímido, seguido de um dedo em riste para Pote e Trincão como agradecimento público pela participação no golo. Um bis do avançado, tantos como nos 14 jogos anteriores esta época. O resultado era, finalmente, justo para o que os leões estavam a produzir: seis remates nos primeiros seis minutos. O número aumentou para 14 disparos na 1ª parte, onde se incluiu o golo de Edwards. O inglês até havia tentado antes, mas a bola embateu em Paulinho, um jogador que esteve, literalmente, em todas, até aquelas em que não era suposto. Três golos do Sporting nos primeiros 45 minutos, outros tantos após o intervalo. Pote, Arthur – grande trabalho de Paulinho a fintar dois adversários e a fazer a

A produção ofensiva do Sporting, em quantidade e qualidade. Mas também é verdade que o desperdício pode sair caro noutros jogos.

O jogo merecia mais adeptos nas bancadas em Alvalade, mas à hora que foi, com chuva, frio e transmissão televisiva...

assistência – e a estreia a marcar de Mateus Fernandes.

“Sei que vai correr bem outra vez”, disse Rúben Amorim a propósito da renovação de contrato. Nem a propósito: este foi um jogo em que saiu tudo bem ao Sporting. E aqui inclui-se Paulinho, tantas vezes criticado por uns e defendido por outros, principalmente o treinador. A marcar e a assistir assim, os adeptos do Sporting não se importariam que também renovasse...

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2022-12-01T08:00:00.0000000Z

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