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Apostar na formação

Helena Pires Diretora-executiva da Liga Portugal

As apostas desportivas representam uma importante fonte de receita para o ecossistema do futebol e assumem-se hoje como patrocinador relevante para competições e clubes, por toda a Europa.

Em Portugal, e segundo dados da Ernst & Young divulgados no Thinking Football Summit – em painel dedicado às apostas desportivas e ao modelo de sustentabilidade do setor, onde estive com Miguel Farinha (EY) e o consultor José Pedro Rodrigues –, 60% das apostas desportivas em Portugal são efetuadas sobre provas profissionais, a maior fatia na Liga Portugal Bwin. Grande parte desse valor, por força de uma legislação que carece de revisão, não chega aos clubes do futebol profissional, principais geradores dessa receita. Um modelo injusto, como tem sinalizado a Liga Portugal, e que urge ser revisto.

O futebolportuguêsé uma indústria exportadora de sucesso. Mas esse êxito, fruto do trabalho de associações, clubes e demais agentes desportivos, terá maiores condições se lhe forem proporcionadas oportunidades de investimento em infraestruturas. As verbas provenientes das apostas desportivas podem assumir-se como importante fonte de financiamento para os clubes. Como asseverou José Pedro Rodrigues, quem constrói infraestruturas são os clubes que, prestando um serviço público, carecem de outras condições.

O futebol de topo será mais forte se a base também o for. Alocar parte da receita das apostas desportivas às academias e à formação é matéria a ser ponderada: pode resultar numa medida estrutural para o sucesso do futebol português.

PORTUGAL GRUPO H

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2022-12-01T08:00:00.0000000Z

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http://quiosque.medialivre.pt/article/281771338211868

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