O português é bom em matemática, especialmente durante o campeonato do mundo de futebol. “Se a Tunísia ganhar à França…”, ou “A Portugal basta o empate mas fundamental que ganhe para que não enfrente…”. Ou seja, entre uma imperial, dois saltos na cadeira ou no sofá (dependendo se ainda está no local de trabalho ou já no repasto com os amigos), cinco mensagens trocadas no telemóvel e mais uma olhadela nas redes sociais – só não digo um tweet porque ainda não é para todos – os jogos correm, os portugueses fazem contas de somar e subtrair entre grupos, equipas, jogos e já sonham com uma final, ou melhor ainda, com a taça a chegar, loira e luzidia, como a cerveja, ao nosso país.

Estas contas animam o pessoal.

São o oposto das do dia-a-dia que só provocam discussão em casa, lamúria, desmotivação para ir para o trabalho – quase tão grande como a de ir ao hipermercado, onde fica um terço do salário de cada vez que o carrinho (quase) enche. Uma chatice! A bola não: a bola é fé, é sonho, é imaginar o orgulho de cantar o hino, é amor à camisola e ao país que, afinal, é o maior! Mas só na bola - que não tem nada a ver com o Costa, nem com os outros todos iguais a ele, do passado, do presente e do futuro.

E depois - eh pá, ainda não falámos nele,

como é que é possível!? – há o Ronaldo! O eterno e único melhor do Mundo, o inigualável… Siiiiiiimmmmmmmmmmm! Há o Ronaldo, manos, e o Ronaldo somos nós todos. Portugal, um país que afinal até é do caraças e que só é pena que não haja mas é bola todos os dias e o primeiro ministro não seja o CR7 porque com ele é que ia ser… Siiiiiimmmmmmmmmmm!

E com estas contas

aos jogos e estes gritos de guerra acompanhados de meia pirueta só para fazer de conta “à Ronaldo”, e mais um imperial que se entorna ao lado do pessoal, vamos sonhando e acreditando. No título, de que isto vai melhorar e que ser português é um espetáculo. Afinal, daqui a nada é Natal e já encomendámos o presente. CR, dá corda às renas! Está no papo!