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Roma remata muito, marca pouco

Eládio Paramés

çNo futebol o importante é o conjunto, mas este é constituído por individualidades e a entrada de um jogador é determinante para que o colectivo melhore. Foi evidente isso na Roma com a chegada de Sérgio Oliveira, não só pelo golo que marcou, mas pela ajuda que pôde dar à resolução de algumas carências da equipa.

É que a Roma, apesar de ser a terceira equipa da Serie A que mais remates faz (353), apenas marcou 36 golos, e destes apenas 4 foram obtidos com remates desferidos fora da área. E, até ao momento, nenhum foi feito na sequência de uma penalidade. Note-se que Inter e Nápoles fizeram mais 5 remates que os romanos, mas o campeão já fez 51 golos e os napolitanos 46.

A defesa de Mourinho já sofreu 28 golos e na posse de bola não passa do décimo lugar. Porém, continua a ser a equipa com mais cantos, mas apenas obteve cinco golos de cabeça. Destes números, obtidos através da liga italiana, ressalta uma ideia: Mourinho não é um treinador defensivo. Apesar da qualidade deste seu grupo deixar muito a desejar, tem imposto à Roma um futebol ofensivo. Faltou-lhe aqui equilíbrio.

A entrada de Sérgio Oliveira no onze irá dar-lhe esse equilíbrio, mais estabilidade e uma outra dinâmica defensiva e ofensiva. E, além disso, uma força psicológica que por vezes pareceu faltar ao onze. Sérgio é um jogador que ‘morde a língua’, que tem ‘instinto assassino’ e arrasta os companheiros. Na Roma, onde há jogadores muito ‘bons rapazes’, a garra, a experiência e a agressividade do ex-portista vai fortalecer a equipa. Também por isso estranhamos como foi fácil o FC Porto cedê-lo. O outro Sérgio, Conceição de apelido, pelos vistos não gostou, mas não é a Mourinho que deve perguntar porque razão o jogador foi dispensado, mas sim ao seu presidente e ao seu empresário.

OPINIÃO

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2022-01-21T08:00:00.0000000Z

2022-01-21T08:00:00.0000000Z

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