Cofina

Grandes investidores são esperança em pleno “crash” cripto

A presença de institucionais no mercado cripto é a principal diferença entre o atual “crash” e o “inverno” de 2018. Os reguladores estão atentos.

FÁBIO CARVALHO DA SILVA

O mercado das criptomoedas já perdeu 326 mil milhões de dólares em apenas sete dias, num “crash” provocado sobretudo pelo colapso da stablecoin Terra USD e pela incerteza face ao advento de uma política monetária “falcão”, que tem vindo a diminuir o apetite dos investidores por ativos de risco. Esta segunda-feira, a bitcoin desvalorizou 1,5% caindo abaixo da fasquia dos 30 mil dólares.

Para os “players” do mercado este é um acontecimento único, pois apesar de ser semelhante ao “inverno cripto” de 2018, agora tudo muda com a presença de investidores institucionais de peso que podem ajudar na recuperação.

No epicentro desta crise, a Terra USD continua em queda livre, tombando quase 35% para 0,1282 dólares a par da Luna, que faz parte do mesmo projeto blockchain, e que mergulha 29% para 0,0001938 dólares.

O projeto Terra consiste na sustentação de uma stabecoin – ou seja, um criptoativo cuja cotação está diretamente correlacionada a outro ativo, neste caso o dólar – só que em vez de garantir esta correlação através de reservas que correspondam ao valor da criptomoeda, recorre a um algoritmo que assegura (ou pelo menos asseguraria) a liquidez da moeda, através de trocas entre Luna e Terra USD.

A ideia atraiu o interesse de investidores institucionais ,“estrelas” do mercado cripto, como Arrigon Capital, Delphi Capital e Pantera Capital. Esta presença é uma peça-chave para distinguir a atual crise da ocorrida em 2018. “Testemunhamos a queda rápida de um grande projeto que gerou ondulações em todo o setor, mas também uma nova resiliência que não existia da última vez que assistimos a um abrandamento do mercado”, comentou o CEO da Binance, Changpeng Zhao, no Twitter.

“Em comparação com 2018, há mais investidores institucionais expostos às criptomoedas e a maioria [do mercado] vê este fenómeno como uma oportunidade de compra”, acrescenta Paul Veradittakit, sócio da Pantera Capital, citado pela Bloomberg.

“Crash” sublinha urgência da regulação

Perante esta crise o membro do Conselho do Banco Central Europeu , François Villeroy, frisou que se os ativos virtuais, “não forem supervisionados, regulamentados e interoperáveis de maneira consistente e apropriada para todas as jurisdições”, podem atrapalhar o sistema financeiro internacional.

Já nos EUA, a secretária do Tesouro, Janet Yellen sustentou diante do congresso que este novo “crash” dos criptoativos sublinha a necessidade de regulamentação urgente e garantiu que o Tesouro está a trabalhar nesse sentido. No entanto, afastou a ideia de uma “ameaça real à estabilidade financeira”.

MERCADOS

pt-pt

2022-05-17T07:00:00.0000000Z

2022-05-17T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/281788517662267

Cofina