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“Os sistemas de saúde estão sob o efeito de uma tenaz”

A nova presidente do júri, Maria de Belém Roseira, defende que a pandemia, a inflação, os preços da energia, e a guerra, que ameaça o crescimento económico, vão exigir mais criatividade aos sistemas de saúde.

“Encaro a presidência do júri do Prémio Saúde Sustentável como mais uma tarefa que é responsabilizante e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade”, afirmou Maria de Belém Roseira que nesta 11.ª edição substituiu Jorge Sampaio, falecido a 10 de setembro de 2021, como presidente honorária do prémio. “Conheço o prémio desde o seu início e uma das suas principais características é a de se ir ajustando às contingências e aos diferentes acontecimentos que se sucedem com muita rapidez. Cada ano exige um ajustamento, uma adaptação e uma abertura criativa para resolver os problemas a que estamos confrontados”, salientou Maria de Belém.

Licenciou-se em 1972 pela Faculdade de Direito de Coimbra, mas desde o início da sua carreira, tanto profissional como política, em que foi deputada, ministra, entre outras funções, que esteve ligada aos assuntos sociais e à saúde. Na sua análise ao contexto atual para as instituições de saúde, a ex-governante sublinha que aos efeitos de dois anos de pandemia com o seu cotejo de doença e de confinamentos se juntam os efeitos dos preços na energia, da inflação e uma guerra na Europa que pode refrear o crescimento económico. “Os sistemas de saúde estão sob o efeito de uma tenaz que pode colocar problemas ao seu financiamento porque uma economia sem crescimento não pode assegurar um maior financiamento da saúde”, alerta.

Esperança no futuro

Na sua opinião, a saúde tem de ter a maior criatividade possível para cumprir a sua missão, que passa pela redução da carga de doença através da prevenção, pela articulação de cuidados que coloquem as pessoas no centro, e por mostrar ganhos em saúde e bem-estar, “para que as pessoas consigam manter uma chama de esperança no futuro”.

Quanto às expectativas em relação ao número de participantes, a ex-ministra considera que em 2021 as equipas das instituições de saúde estavam com uma sobrecarga de trabalho com mais uma vaga da pandemia. Este ano, a incidência da doença está a aumentar mesmo que os seus efeitos não sejam tão violentos por causa do programa de vacinação e, refere Maria de Belém Roseira, a pandemia mantém-se porque a OMS ainda não declarou a sua extinção.

Para a nova presidente do júri, “o Prémio Saúde Sustentável é uma oportunidade para pôr projetos em evidência e tecer laços com outras entidades e para outras formas de abordar os cuidados de saúde e obter ganhos em saúde”.

SAÚDE SUSTENTÁVEL

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2022-05-17T07:00:00.0000000Z

2022-05-17T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/281728388120123

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