Oaumento generalizado dos preços dos materiais e o agravamento das dificuldades de encontrar fornecedores na construção levaram a Vortal a lançar a Vbuild, uma plataforma digital colaborativa orientada para todo o ecossistema deste setor, desde empreiteiros de diferentes dimensões a fabricantes, fornecedores e subempreiteiros. O novo mercado eletrónico, que é apresentado esta terça-feira, pretende “responder a uma necessidade premente de facilitar o encontro entre quem precisa de comprar e quem vende no setor da construção”, explicou ao Negócios Miguel Sobral, CEO da Vortal.

“A construção é um setor onde ainda existe um espaço importante para transformar digitalmente as empresas”, nota o responsável da empresa especializada em contratação pública eletrónica, salientando que o contexto atual levou “a acelerar o desenvolvimento deste novo mercado”, que vai assentar em quatro pilares.

Desde logo, explica Miguel Sobral, as construtoras vão poder obter ofertas de preços de empresas com quem já trabalham, mas também descobrir novos fabricantes, fornecedores ou subempreiteiros que “nem sabem que existem no mercado”, permitindo a plataforma comparar propostas e fazer o “matching”.

Orientado apenas para empresas, o Vbuild tem uma segunda área de serviços que é a qualificação dos fornecedores “para fazer a gestão do risco”, explica Miguel Sobral, acrescentando que “quem está a comprar vai ter propostas de empresas que não conhece e estas soluções permitem qualificá-las em função da sua capacidade para a dimensão da obra, pelas certificações, pelas habilitações ou pelos equipamentos que têm”.

Uma terceira vertente é de “marketing intelligence” e “benchmarking”, com base nos muitos dados transacionais do setor da construção que a Vortal foi acumulando ao longo dos anos, que “permitem que as empresas conheçam os seus principais concorrentes nas diversas áreas de negócio e geograficamente”.

Já a quarta área de intervenção da Vbuild passa pela pesquisa de projetos ainda antes de existir um sítio de obra. “Falámos com investidores e promotores e verificámos as licenças emitidas pelas câmaras para construir uma base de dados a que chamamos de informação de projetos de construção, que permite que os fornecedores, fabricantes ou arquitetos saibam que vai ser construído um hotel, uma escola ou um empreendimento e se possam posicionar numa fase inicial”.

Meta de 150 empreiteiros

“São quatro soluções integradas orientadas a quem constrói e tem de comprar materiais e subcontratar, mas também a quem fornece e a quem os fabrica”, resume Miguel Sobral, frisando que é um serviço “para quem compra e quem vende no setor da construção”.

O gestor destaca ainda que esta plataforma está a ser feita com as associações do setor, o qual “enfrenta grandes dificuldades e precisa de se transformar digitalmente”, diz. Como faz notar, face à dificuldade de encontrar fornecedores e à subida dos preços, “as empresas têm de se socorrer de soluções digitais para continuarem a comprar de forma competitiva e os fornecedores para manterem as suas quotas de mercado”.

A nova plataforma arranca com “várias dezenas” de construtoras e uma rede com cerca de 30 mil fornecedores, sendo que o universo destes, em todas as categorias, chega aos 100 mil, refere Miguel Sobral, que assume o objetivo de “chegar ao final deste ano com cerca de 150 empreiteiros, grandes, médios e pequenos, a fazerem as suas compras através desta plataforma” criada pela Vortal, uma empresa que foi vendida em 2020 à DOCU Nordic e “já disponibiliza tecnologia dentro do grupo para ser utilizada noutros países, como está a acontecer na Suécia”, sublinha.

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