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BCP quase duplica lucros até março para 113 milhões de euros

Miguel Maya, CEO do Millennium BCP, entende que a inflação e as taxas de juro não deverão ter grande impacto nas imparidades do banco. E diz que a compra do Novo Banco não faz parte dos planos.

VÍTOR RODRIGUES OLIVEIRA

Os lucros do Millennium BCP passaram quase para o dobro nos primeiros três meses de 2022, quando comparados com o mesmo período do ano passado. Até março, a instituição liderada por Miguel Maya teve um resultado líquido de 113 milhões de euros (+95%).

A esmagadora maioria desse resultado foi obtido em Portugal, num total de 107,6 milhões de euros, ou seja, um crescimento de 29% face ao período homólogo, revelou o banco em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Um resultado que é “influenciado por encargos de 123,3 milhões de euros associados à carteira de créditos em francos suíços concedidos pela subsidiária na Polónia”. Excluindo estes encargos, o resultado líquido atingiria os 174,6 milhões de euros, garante o banco — neste caso, uma subida de 52,6% face ao valor comparável de 2021.

O banco informa também que os custos operacionais chegaram aos 255 milhões de euros, uma ligeira subida de 1,1%.

Ao nível de fundos próprios — que permite perceber a capacidade do banco para suportar choques externos —, o rácio CET 1 (Common Equity Tier 1) ficou em 11,5% e o rácio de capital total ficou em 15,5%.

O ativo total do banco passou de 88,4 mil milhões de euros para 95,6 mil milhões, um aumento de 8,1%, indica ainda o banco, que viu os depósitos e outros recursos de clientes aumentarem 10,1% (de 65,3 para 71,9 mil milhões de euros), enquanto o crédito a clientes subiu 4,5% (de 54,2 para 56,6 mil milhões).

Na diferença entre estes dois elementos — os juros cobrados pelos empréstimos concedidos e os juros pagos pelo banco aos depositantes — a margem financeira aumentou 24,1%, para 465 milhões de euros. Quanto ao rácio de crédito malparado, passou de 5,5% para 4,6% no espaço de um ano.

Inflação e taxas de juro não afetam muito imparidades

O CEO do Millennium BCP, Miguel Maya, disse esta segunda-feira em conferência de imprensa que a inflação e o novo contexto de aumento de taxas de juro não deverão ter um grande impacto nas imparidades do banco. “Num cenário central não perspetivo o aumento das imparidades”, afirmou o CEO do banco, referindo que “as famílias e empresas estão mais bem preparadas” para enfrentar esta crise do que noutras circunstâncias.

A contribuir para essa maior tranquilidade está a situação do emprego. Se houvesse um agravamento neste caso, “poderíamos ter um problema adicional”, acrescentou. “Felizmente não há”.

Miguel Maya, que até vê alguns efeitos positivos numa inflação moderada, sublinha que agora vai depender do tempo que demorar até chegar a um nível de 2%. A guerra na Ucrânia continuará a ser essencial para determinar a evolução dos preços, diz o presidente executivo do banco.

Novo Banco? “Não faz parte dos nossos planos”

Em relação a uma eventual possibilidade de comprar o Novo Banco, Miguel Maya reiterou que o crescimento do Millennium BCP é feito de forma orgânica e não através de aquisições. “Não faz parte da nossa estratégia, que fique claro de uma vez por todas”, atirou o CEO do banco. “Olhamos para qualquer operação que vá ao mercado, mas não faz parte dos nossos planos”, sublinhou.

Não faz parte da nossa estratégia [a aquisição de bancos], que fique claro de uma vez por todas. (...) Olhamos para qualquer operação que vá ao mercado, mas não faz parte dos nossos planos [comprar o Novo Banco].

“MIGUEL MAYA CEO do Millennium BCP

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2022-05-17T07:00:00.0000000Z

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