Cofina

Galp prepara plano de contingência para gás natural

A crise no mercado do gás natural está a preocupar a Galp, que tem estado em contacto com os seus principais fornecedores para garantir que no próximo inverno não existirão falhas no abastecimento.

ANA SANLEZ anasanlez@negocios.pt

AGalp está a desenhar um plano de contingência com o objetivo de “mitigar possíveis falhas” no abastecimento de gás natural. A informação foi adiantada esta segunda-feira pelo CEO da petrolífera, Andy Brown, durante uma conferência para analistas, na sequência da apresentação dos resultados trimestrais da empresa.

Apesar dos ganhos registados entre junho e setembro, a Galp sinalizou uma quebra na contribuição do segmento de Energy Management para as contas, “sobretudo devido ao impacto das restrições de aprovisionamento de gás natural”. Segundo Andy Brown, estas restrições tiveram origem nos “fornecedores de longo prazo”, que obrigaram a empresa a “adquirir alguns volumes no mercado spot em condições dispendiosas”. O preço do gás natural tem batido recordes nos últimos meses, devido à elevada procura face à aproximação do inverno, e escassa oferta.

Esta situação está a obrigar a empresa a tomar medidas, para garantir que o abastecimento não vai sofrer falhas nem significará custos extras para a Galp. “Estamos a tentar perceber, junto dos nossos principais fornecedores, se poderá haver desvios nas entregas planeadas, tendo em conta o custo de assegurar abastecimentos alternativos”, afirmou Andy Brown.

“Estamos a preparar planos de contingência para mitigar potenciais falhas, que podem vir a ter impacto nas nossas operações e resultados”, revelou o CEO, admitindo que a empresa está a ter “alguns problemas com o aprovisionamento”, face ao estado atual do mercado. “Estamos a olhar para o lado da procura e a tentar perceber o que podemos fazer do nosso lado, para reduzir as necessidades, e também para mitigar potenciais constrangimentos no quarto trimestre”, ressalvou Andy Brown.

O CEO da Galp, que tomou posse em fevereiro, não escondeu a preocupação com a atual crise internacional, sublinhando que “substituir reservas e comprar novas pode ser muito caro”, pelo que

A Galp atualizou as perspetivas para 2021, prevendo agora atingir um EBITDA de 2.300 milhões de euros.

a empresa está “relutante em comprar novos volumes no mercado spot aos preços de hoje”.

A Galp fechou o terceiro trimestre de 2021 com lucros de 161 milhões de euros, um valor que compara com prejuízos de 23 milhões registados no mesmo período do ano anterior, à boleia da subida dos preços do petróleo.

A empresa atualizou as perspetivas para o que resta do ano, prevendo agora atingir um EBITDA de 2.300 milhões de euros em 2021, face aos dois mil milhões de euros antecipados no início do ano. Se este valor se concretizar, irá significar uma subida líquida de 622 milhões de euros no quarto trimestre face ao valor registado entre junho e setembro.

O acréscimo, em linha com as previsões dos analistas, é justificado pelas expectativas em torno do segmento de exploração e produção de petróleo (“upstream”) que vai representar, por si, 2.000 milhões de euros. Entre junho e setembro, a Galp alcançou um EBITDA de 607 milhões de euros, já “acima dos níveis pré-covid”, sinalizou Andy Brown.

EMPRESAS

pt-pt

2021-10-26T07:00:00.0000000Z

2021-10-26T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/281805697137092

Cofina