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PEDRO CURVELO pedrocurvelo@negocios.pt

Já com mais de 150 milhões de euros investidos, principalmente em Lisboa, a Mondego Capital Partners pretende mais do que duplicar esse valor nos próximos dois anos. A promotora luso-israelita quer apostar fora do segmento “prime” e diversificar nas geografias.

Criada em dezembro de 2019, escassos meses antes do início da pandemia, a Mondego Capital Partners soma atualmente mais de 150 milhões de euros investidos em projetos imobiliários, centrados no segmento habitacional de luxo e em Lisboa. Mas não deverá ficar por aqui.

Dos 150 milhões de euros, a promotora imobiliária anunciou, na semana passada, 50 milhões de investimento em projetos na capital, localizados na Baixa-chiado/alfama, na Avenida 5 de Outubro e na Avenida Sidónio Pais, que ladeia o Parque Eduardo VII.

Estes novos projetos vêm dar resposta a uma procura crescente por apartamentos de luxo de grandes dimensões, segundo Gonçalo Ahrens Teixeira, sócio-gerente da promotora. “Vamos estar em condições de pôr à disposição do mercado apartamentos com áreas superiores a 200 m2.”

O portefólio atual, aliás, centra-se em Lisboa. “O Porto é bastante residual porque temos tido mais dificuldades em encontrar oportunidades devido à dimensão do mercado e à pouca elasticidade de preço comparativamente com Lisboa”, detalha ao Negócios Gonçalo Ahrens Teixeira.

A Mondego Capital Partners é detida também por dois investidores israelitas: Asaf Zaid e David Israeli. Cada sócio detém um terço do capital da promotora.

Meta é duplicar investimento

Para 2022 e 2023, os planos da Mondego são investir aproximadamente 200 milhões de euros, a um ritmo de 100 milhões por ano, indica ao Negócios Gonçalo Ahrens Teixeira. “Nós queremos sempre igualar, no mínimo, o que fizemos no ano anterior. A nossa fasquia é conseguirmos manter um ritmo de cerca de 100 milhões de euros por ano”, diz.

Mas a estratégia da promotora poderá mudar, refere. Se os atuais 150 milhões de euros estão concentrados num portefólio dirigido ao segmento “prime”, “mas também hotelaria”, o responsável assinala que estão a ser estudadas oportunidades de investimento “noutras geografias e para outros segmentos de negócio”.

“Queremos continuar a investir e procuramos boas oportunidades, alargando o território, que não seja só Lisboa e Porto”, passando a considerar outras áreas não consideradas “prime”.

Esta mudança, diz, passaria, “forçosamente” por projetos com um diferente público-alvo.

De fora estará, por exemplo, o Algarve. “Diria que não temos muita tendência de ir atrás do que outros players fazem” e o interesse passará mais por cidades como Coimbra, por exemplo.

Custos de construção tornam “prime mais seguro”

Ao contrário de muitos promotores, a Mondego Capital Partners não está particularmente preocupada com as alterações aos vistos gold que entram em vigor a 1 de janeiro.

“Os vistos gold são uma questão política. É mais um ‘nice to have’ do que propriamente o ímpeto pelo qual nós fazemos investimento”, defende.

“O que é preocupante neste momento são as cadeias de abastecimento. E os custos de construção que estamos a enfrentar, aliados à fiscalidade. Naturalmente isso impacta nos preços finais”, frisa.

“Por isso é menos arriscado investir em ‘prime’ do que noutros segmentos de mercado”, conclui.

“Queremos continuar a investir, procuramos boas oportunidades alargando o território, que não seja só Lisboa e Porto.

É menos arriscado investir em ‘prime’ do que em segmentos de mercado que não sejam ‘prime’. Isto porque as condições de mercado assim o ditam. GONÇALO AHRENS TEIXEIRA “Sócio-gerente da Mondego Capital Partners

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2021-10-26T07:00:00.0000000Z

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