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Meta de lucro da EDP a 470 milhões de distância

ALEXANDRA MACHADO amachado@negocios.pt

A EDP reafirmou o seu objetivo de ter um lucro anual recorrente de mais de 800 milhões de euros. Tendo no primeiro semestre conseguido 326 milhões, ficam a faltar cerca de 470 milhões para o objetivo do conjunto do ano ser cumprido.

AEDP vai ter de lucrar pelo menos 470 milhões de euros no segundo semestre para atingir a meta de ter um resultado líquido recorrente acima de 800 milhões de euros este ano. Esse é um objetivo que foi reafirmado no comunicado de apresentação dos resultados do primeiro semestre, período em que os lucros recorrentes foram de 326 milhões de euros, menos 15% do que em igual período do ano passado. Faltam assim quase 59% dos resultados.

Considerando os elementos não recorrentes, os lucros do primeiro semestre deste ano subiram 9% para 343 milhões de euros. Este ano, por um lado, entrou no negócio a Viesgo, mas o negócio já não conta com seis barragens em Portugal e com a central de ciclo combinado em Castejón e comercialização de energia ao residencial em Espanha, vendas realizadas em 2020.

Em termos recorrentes, a queda de 15% é justificada pela EDP pelos efeitos adversos do clima nos Estados Unidos da América e pelo “fraco desempenho” da gestão de energia. Esta área de comercialização e gestão de energia, aliás, teve uma queda de 71% no EBITDA (para 82 milhões de euros face a 287 milhões) “penalizada pela forte subida dos preços de energia nos mercados grossistas, sobretudo no segundo trimestre de 2021, que implicou um forte aumento dos custos de produção e compra de energia, assim como um impacto ‘mark-to-market’ [ justo valor] nos contratos de cobertura de risco”. A EDP especifica que o preço médio da eletricidade no mercado grossista foi, no segundo trimestre, 72 euros por MWH. O que levou a que o preço médio no semestre tenha duplicado face ao ano anterior.

Ainda assim, a elétrica liderada por Miguel Stilwell assegura que “manteve estável o preço médio de venda de energia aos seus clientes”, ainda que tenha conseguido registar uma recuperação nos consumos por parte dos clientes empresariais e um aumento na taxa de penetração de novos serviços a clientes, de 25% para 30% do primeiro semestre de 2020 para o deste ano.

Com os vários impactos registados, o EBITDA recorrente caiu 6% para 1.678 milhões de euros, descendo também ao nível das renováveis 7% para 1.007 milhões de euros, tendo o mau tempo nos Estados Unidos “custado” 35 milhões de euros de rentabilidade este semestre. Nas renováveis também houve menores ganhos relacionados com a estratégia de rotação de ativos.

Ainda assim, a EDP realça, no comunicado, que “o programa de rotação de ativos [venda de parques de produção de energia] já tem assegurado cerca de 25% do objetivo de oito mil milhões de euros previstos até 2025”. No final de junho ficou concluída a venda de um portefólio de 405 MW nos Estados Unidos por 500 milhões e já depois disso foi anunciada outra venda de parques eólicos de 221 MW na Europa, pelo mesmo valor.

De acordo com a EDP, a elétrica mantém também o objetivo de garantir este ano um EBITDA recorrente de 3,7 mil milhões de euros, tendo feito no primeiro semestre 45% desse valor (1.678 milhões de euros), faltando, assim, um pouco mais de dois mil milhões para a meta.

A EDP estabeleceu ainda como meta que a sua dívida líquida fique entre os 11 mil milhões e os 11,5 mil milhões de euros, tendo, neste caso, de a reduzir até ao final do ano 12,7% face aos 13.185 milhões de euros com que finalizou o primeiro semestre e que reflete uma subida de 8% face a dezembro.

A elétrica justifica o aumento com o acelerar do investimento operacional que, no semestre,

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2021-07-30T07:00:00.0000000Z

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http://quiosque.medialivre.pt/article/281964610756932

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