Poeta Pedro Tamen morreu aos 86 anos
SAÚDE → Poeta lisboeta estava internado num hospital em Setúbal CARREIRA → Esteve mais de 50 anos dedicado à poesia, foi tradutor, editor e administrador da Fundação Calouste Gulbenkian
MIGUEL AZEVEDO
Dizia que tanto o trabalho do poeta como o do sapateiro tinham em comum o improviso. Pedro Tamen, o homem que reconhecia, no seu reduto próprio, que os poetas “não são tipos normais”; que a poesia “é um permanente arranhar o mundo, com unhas na cal, para tentar encontrar coisas por detrás do branco uniforme do mundo e da vida”; o escritor e editor que dedicou mais de 50 anos à poesia e que tinha na tradução outra das grandes paixões, morreu ontem, aos 86 anos, num hospital em Setúbal,
EM 2010 VENCEU O GRANDE PRÉMIO DA ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES
onde estava internado. A ministra da Cultura Graça Fonseca fala de “uma obra poética extraordinária, com um domínio magistral da língua portuguesa e das suas sonoridades”.
Pedro Mário de Alles Tamen, nasceu em Lisboa em 1934, licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, mas nunca exerceu. Estreou-se em 1956 com ‘Poema para todos os dias’; publicou perto de vinte títulos de poesia; foi administrador da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1975 e 2000; em 2008 ganhou o prémio Literário Inês de Castro e em 2010 lançou ‘O Livro
do Sapateiro (2010)’, que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.
Escreveu também para teatro e traduziu autores como Gabriel García Márquez, Marcel
Proust e Gustave Flaubert.
A cerimónia religiosa, privada, realiza-se amanhã em Palmela, no distrito de Setúbal, seguindo o corpo para o crematório da Quinta do Conde, no concelho vizinho de Sesimbra.n
CULTURA & ESPETÁCULOS
pt-pt
2021-07-30T07:00:00.0000000Z
2021-07-30T07:00:00.0000000Z
http://quiosque.medialivre.pt/article/283012582777998
Cofina