Areia para os olhos
CAPITAL SOCIAL
DIRETORA DO JORNAL DE NEGÓCIOS
Diana Ramos
Há uma pesada carga ideológica na discussão em torno do preço dos combustíveis que coloca em lados opostos gasolineiras e Governo.
O ministro do Ambiente vem acusar as petrolíferas de subirem as margens como forma de justificar o elevado preço que cada português paga ao atestar o depósito. A Apetro frisa que o problema vai muito além das margens e que avançar com medidas unilaterais como o executivo quer fazer só penalizará o investimento.
É inquestionável que os combustíveis fósseis terão de ser progressivamente abandonados, mas no imediato há que dar resposta a
AS FAMÍLIAS E AS EMPRESAS SENTEM NO BOLSO A SUBIDA DOS COMBUSTÍVEIS
famílias e empresas que sentem no bolso a subida da gasolina e do gasóleo. E não é correto atirar areia para os olhos. É a própria ERSE, regulador do setor, que confirma os motivos para o agravamento: foi o peso fiscal em Portugal que encareceu em 19 cêntimos o gasóleo no 2º trimestre, quando comparado com Espanha, e não as margens.
O país financia-se com os impostos associados aos combustíveis e não quer abrir mão dessa receita. Além de que, numa lógica de sustentabilidade futura, faz sentido penalizar as energias mais poluentes. Mas tem de haver clareza e coragem para o assumir. Acenar com falsas discussões é só criar ruído.n
ECONOMIA
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2021-07-30T07:00:00.0000000Z
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