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Chuva de MILHÕES

POR CARLOS RODRIGUES DIRETOR DO CM | CMTV

Amultiplicação de vozes no interior da RTP e no Governo a defender o aumento do financiamento do serviço público não teve efeito imediato. A intenção de aumentar a receita ficou bloqueada nos atuais preços da energia. Como a contribuição para o audiovisual é paga na fatura da eletricidade, o Governo não teve margem para aumentar o valor, porque o custo da luz está pela hora da morte. A alternativa surgiu agora, através de uma novidade anunciada no âmbito do Orçamento do Estado para 2022. A criação de uma nova taxa de 2 euros em todos os contratos de fornecimento de televisão por cabo vai criar uma receita adicional de 8,6 milhões de euros, que se destinará na totalidade ao serviço público. Quando uma empresa é deficitária significa que gasta mais que o dinheiro que obtém. Na vida real e entre os privados, sempre que há um défice de operação deste género, a única solução viável é reestruturar o funcionamento. Neste caso, tratando-se de uma empresa do Estado, a solução foi encontrar novas vias de financiamento. Ora, aumentar o dinheiro que vai para a RTP é despejar milhões em cima do problema, sem criar qualquer movimento de regeneração da empresa, porque o que não funcionava bem não tem nenhum motivo para passar a funcionar melhor. Este ciclo vicioso entre falta de recursos, insistência em manter velhas práticas dispendiosas, e em consequência arranjar-se mais dinheiro para sustentar os erros e tapar o buraco não vai resolver nenhum problema, e só vai agravar as disfuncionalidades da empresa. Se vier a ser um facto consumado, duas coisas se exigem: em primeiro lugar, temos todos o direito de saber muito bem o que vai ser pago com este dinheiro, qual o plano da empresa. Depois, merecemos a garantia de que não voltaremos a ter o mesmo problema muito em breve. Mesmo que de garantias destas esteja o inferno cheio.

REALITY TV

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2021-10-21T07:00:00.0000000Z

2021-10-21T07:00:00.0000000Z

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