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Emoção, LÁGRIMAS e muito amor

TEXTO CAROLINA PINTO FERREIRA I FOTOS COFINA MEDIA E D.R.

O cantor atuou num Coliseu de Elvas a abarrotar. Com o coração apertado em muitos momentos, agradeceu ao público, que se tem mostrado incansável no momento mais doloroso da sua vida: a perda da filha, Sara. É na música e no seu estúdio que o artista se refugia... quando se prepara para um 2022 alucinante

OColiseu Comendador Rondão de Almeida, em Elvas, encheu-se no sábado, 16, para aplaudir Tony Carreira, de 57 anos, no seu tão aguardado regresso aos palcos. Mais de quatro mil pessoas juntaram-se para voltar a cantar as canções do seu ídolo, num concerto há muito esgotado. O público fez sempre questão de entoar “Tony, Tony”, como sinal de força e de apoio incondicional. Como tem feito em todas as aparições públicas, o artista voltou a agradecer, emocionado, o papel do público no momento mais duro da sua vida: a morte da filha, Sara, que, aos 21 anos, foi vítima de um acidente de viação, em dezembro de 2020: “Vocês não sabem a força que me têm dado”. No espetáculo de Elvas, que contou com a presença de fãs de todos os cantos do País, Tony fez questão de trazer para o alinhamento as canções que têm marcado a sua carreira. De Sonhos de Menino a A Minha Guitarra, não houve uma música que os presentes não cantassem de forma entusiasta. E com lágrimas pelo meio. Mas se as emoções estiveram à flor da pele durante todo o concerto, o final não foi diferente.

Tony Carreira pôde levar na sua memória um fim memorável, com todo o Coliseu de pé a aplaudir. No final, o artista partilhou uma imagem no seu Instagram, onde se pode ver o espaço lotado de pessoas, e agradeceu: “Foi tão bom reencontrar-vos. Muito obrigado, Elvas.” Este era um concerto aguardado pelos admiradores do cantor, que, recorde-se, viram a data ser adiada por três vezes. A primeira estava apontada para o dia 25 de abril de 2020, que coincidiu com uma fase inicial da pandemia; depois passou para 30 de janeiro – que foi adiada devido ao trágico acidente do dia 5 de dezembro -; e acabou agora por se realizar, no sábado, 16.

“O ACORDAR É MIL VEZES PIOR”

Ao longo destes mais de dez meses de sofrimento, Tony Carreira tem-se refugiado entre as quatro paredes do seu estúdio e dividido as suas atenções entre a música e a Associação Sara Carreira (ver págs. anteriores). No próximo ano, o artista está com a agenda completamente cheia. Este foi um pedido do próprio cantor à sua equipa, uma vez que é em cima do palco que ainda consegue sentir alguma felicidade. “É vital, preciso mesmo. Durante o dia, levanto-me muito cedo, sete e meia da manhã estou a pé, e começo a trabalhar. Isso ajuda-me bastante. Quando a cabeça começa [a pensar-me em coisas más]… O acordar é mil vezes pior. É sentir-me perdido, muitas vezes não sei onde estou. Mas é assim. Esta quantidade de concertos foi pedida por mim. No próximo ano são muitos concertos. São 25 num mês, na tournée francesa, depois Portugal, Suíça, Bélgica, Estados Unidos da América, Canadá”, avançou em entrevista a José Alberto Carvalho, no Jornal das 8, da TVI. Sem filtros, Tony Carreira confessou, ainda, ao jornalista que foi no seu estúdio que se fechou “muitas vezes para chorar”.

CAPA

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2021-10-21T07:00:00.0000000Z

2021-10-21T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/283214446401655

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