Pedro Pichardo apadrinhou ontem a inauguração do Centro Municipal de Marcha e Corrida, na Quinta do Anjo, em Palmela, cerimónia à qual compareceu também Jorge Vieira, presidente da Federação de Atletismo... O atleta chegou atrasado, mas a espalhar cordialidade e sorrisos, devolvidos por quem o aguardava.

O nosso jornal também o esperava e depois de nos ter revelado qual o tipo de piso e areia que melhor se adequa aos triplistas, o campeão olímpico, mundial e europeu ao ar libre e pista coberta, não recusou falar pela primeira vez sobre a polémica com Nelson Évora, desencadeada há precisamente uma semana. E deixou claro que é muito difícil haver um entendimento com o compatriota, apesar do pedido feito pelos organismos de atletas (olímpicos e do atletismo).

“Agora não. É melhor deixar tudo assim, eu fico no meu sítio e ele no dele. Agora é tarde para falarmos alguma coisa”, confessou o luso-cubano, voltando a vincaras razões pelas quais respondeu, através das redes sociais, à acusação de que “foi comprado para ter resultados a curto prazo”. “Nunca tive problemas com ele. Simplesmente respondi agora, nunca o ataquei. Achava que tinha de responder, já tinham sido muitos ataques”. Pedro Pichardo revela-nos, depois, que acabou por “reagir a quente” quando soube do que tinha dito Nelson Évora, daí ter utilizado certas expressões que foram criticadas, como “não sou uma prostituta”. “Reconheço que essa palavra foi agressiva. Por acaso nem estava em Portugal, estava de lua de mel, chego a casa com a família, ligo a televisão, vou à casa de banho e a minha esposa diz-me: ‘estão a falar de ti’. Reagi a um momento quente”, explicou o triplista, fazendo questão de deixar claro que as palavras usadas na sua mensagem nas redes sociais só tinham um destinatário. “Não tenho o telefone dele, tem-me bloqueado no Instagram; descobri quando estava a pesquisar para lhe mandar mensagem. Procurei uma maneira de me dirigir a ele, não ao país, e depois aconteceu o que aconteceu... Peço desculpa pelo tom e pelas palavras que usei, mas a mensagem era dirigida à pessoa. Sempre que tem oportunidade fala sempre de algo menos bom: dos documentos, dos saltos… Fiquei farto desta vez. Peço desculpa a quem se sentiu mal com as minhas palavras, com as expressões que usei. A finalidade não era ofender ninguém, mas que a pessoa soubesse que eu também podia responder. Que me posso defender, que quero continuar a minha carreira. Ele está de saída, eu continuo aqui”. Pichardo finaliza para dizer que nunca foi “amigo” de Évora. “Conheço-o como atleta, além disso não temos qualquer vínculo. Senti-me ofendido quando disse que fui comprado. Nunca estive à venda, foi por isso que respondi daquela maneira. Cheguei aqui, tinha outra propostas, e não vim para roubar o lugar de ninguém”. *

“ESTAVA DE LUA DE MEL, CHEGO A CASA COM A FAMÍLIA, LIGO A TELEVISÃO E A MINHA ESPOSA DIZ-ME: ‘ESTÃO A FALAR DE TI’”