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O treinador

çMais do que se afirmar como o treinador da época, Sérgio Conceição certificou-se como um técnico multifacetado e de dimensão internacional. Conceição não gosta de desperdiçar nem as migalhas do jogo, mas faz pouco sentido reduzir os seus méritos ao plano emocional. Foi competente na gestão dos diversos fatores, sejam eles técnico-táticos, físicos, psicológicos, sociológicos e cognitivos. E nunca cometeu um dos erros que Bielsa aponta como triviais nos treinadores: fazer caminhar os jogadores que voam ou fazer voar os jogadores que caminham. Pelo contrário, geriu com mestria os momentos de lançar Evanilson, Pepê e a “juventude inquieta” criada no Olival. Rúben Amorim esteve novamente muito bem, por muito que seja inteligente (e estratégico) da sua parte continuar a pôr a fasquia ao nível mais alto. O Sporting cresceu futebolisticamente a todos os níveis e isso é que é relevante num técnico só com três anos no alto rendimento. Carlos Carvalhal voltou a confirmar os seus créditos no Braga e conseguiu escapar imune ao campo minado que lhe foi montado por quem devia era agradecer-lhe os bons serviços. Mas o dirigismo continua a ser a moléstia do nosso futebol, como Mário Silva está a confirmar no Santa Clara… Ricardo Soares fez história num Gil Vicente que foi a melhor lufada de ar fresco no campeonato e Vasco Seabra protagonizou, no Marítimo, uma recuperação sensacional.

A revelação

Usando uma expressão tirada da série Ozark, Fábio Vieira parece jogar xadrez enquanto os adversários jogam à macaca. Foi a revelação da época. Pela visão panorâmica e pelo catálogo de passes (14 assistências). É um agitador nato, mesmo que se distinga mais pelo olho clínico do que pela adrenalina. Gonçalo Ramos e Vitinha (Sp. Braga) prometem, enquanto os últimos jogos de Geny Catamo (V. Guimarães, mas cedido pelo Sporting) deixaram água na boca.

OPINIÃO

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2022-05-17T07:00:00.0000000Z

2022-05-17T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/281775632761212

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