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“Jamais aceitaria ser príncipe herdeiro”

Sucessor de Vieira não revela se será candidato em eleições futuras e assume ter ficado “perplexo” com detenção do ex-presidente

FLÁVIO MIGUEL SILVA E RAFAEL SOARES

Rui Costa foi confirmado presidente do Benfica a 9 de julho último, após a detenção de Luís Filipe Vieira no âmbito da Operação ‘Cartão Vermelho’. O antigo ‘vice’ encarnado garantiu que “todos da direção seguem em frente até às eleições”, já que o sufrágio poderia não se realizar. Algo que nunca equacionou. “Jamais aceitaria neste clube ser príncipe herdeiro. Se tiver de ser presidente do Benfica um dia, será por única e exclusiva vontade dos sócios do Benfica. Não mais do que isso”, aferiu o agora novo homem-forte dos destinos das águias em declarações à TVI. Rui Costa, de 49 anos, garantiu estar “muito orgulhoso por todo o apoio recebido da direção e administração da SAD” já que, como o próprio revelou, a detenção de Vieira gerou um “abalo

completo no Benfica Campus, desde jogadores a funcionários”. “Fiquei perplexo, assim como qualquer pessoa que lidasse com ele, como qualquer benfiquista. Jamais poderia adivinhar quando naquela quarta-feira acordei para desempenhar o meu trabalho no Seixal que o dia acabasse da maneira que acabou, com o presidente a ser detido. Foi uma emoção dramática quando soubemos o que se estava a passar”, descreveu o agora dirigente máximo do clube.

Rui Costa afirmou que a última vez que contactou Vieira foi a 6 de julho, na véspera da detenção daquele que foi presidente do clube durante quase 17 anos. Um homem a quem daria, se pudesse, um “abraço de força e coragem”. “Esclarecia as coisas com ele, do que se falou. Não sou ingrato, não estou com esse trauma, estou de consciência tranquila. Ele conheceu-me ainda não era jogador do Benfica”, disse, evidenciando que nunca irá “renegar a amizade com Vieira”. O presidente das águias deixou também claro que Vieira “não foi excluído nem será apagado do Benfica”. “A história dar-lhe-á os seus méritos mas, naquele momento, e como ninguém está acima do Benfica, defendi o clube de forma intransigente. Estávamos durante o empréstimo obrigacionista, a negociar jogadores e não o referir não era para excluí-lo mas para mostrar que não havia um vazio de presidência”, disse Rui Costa, aludindo ao discurso que fez na Luz.

Não revela se é candidato

Rui Costa não abriu o livro quanto à possibilidade de concorrer às eleições que serão uma realidade ainda em 2021. “A minha forma de encarar este projeto é preparar o Benfica para aquilo que tem para fazer: pensar as épocas do futebol e modalidades e recuperar esta estabilidade. Tenho tempo para pensar se vou ou não a eleições”, frisou, tendo ainda vincado que quer “trazer a transparência de volta ao Benfica” e que, por isso, está em curso um inquérito interno para aferir possíveis conflitos de interesses de Vieira.

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“SE TIVER DE SER PRESIDENTE DO BENFICA SERÁ POR ÚNICA E EXCLUSIVA VONTADE DOS SÓCIOS DO CLUBE”

“DETENÇÃO DE VIEIRA GEROU ABALO COMPLETO NO BENFICA CAMPUS, DESDE JOGADORES A FUNCIONÁRIOS”

“VIEIRA NÃO FOI EXCLUÍDO. A HISTÓRIA DAR-LHE-Á OS SEUS MÉRITOS. NÃO O REFERI PARA MOSTRAR QUE NÃO HAVIA VAZIO”

BENFICA

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2021-07-30T07:00:00.0000000Z

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