Com Sérgio Conceição nada é feito ao acaso e, retirando ilações do que aconteceu na época passada, já vincou claramente a mensagem ao balneário: é para entrar forte na época oficial! O FC Porto deu boas indicações no Estádio Algarve, no primeiro ensaio a doer. Naturalmente está longe da velocidade de cruzeiro, mas já demonstra uma base de consistência que foi suficiente para travar o campeão francês que está a poucos dias de enfrentar o Paris Saint-Germain na Supertaça e que no teste anterior, na Luz, tinha rematado mais do que o seu adversário e baqueado apenas num lance de bola parada.

Já se sente um dragão em modo reconquista, tanto pela atitude em campo como pelas primeiras palavras do treinador, determinado a não voltar a desperdiçar oito pontos nas seis primeiras jornadas como sucedeu em 2020/21. A partir daí, os azuis e brancos até somaram mais pontos do que o Sporting, mas o mal estava feito e pelos vistos não foi esquecido. Os golos foram assinados após o intervalo, pelos regressados Bruno Costa e Fernando Andrade. O primeiro a dar boa conta de si ao lado de Sérgio Oliveira, assumindo-se como uma opção válida após o tirocínio em Portimão e Paços, e o brasileiro a avisar que, não havendo dinheiro para contratar um substituto direto de Marega, pode transpor para o futebol português alguns dos golos que marcava com frequência na Turquia.

Fenómeno lateral

Uma das rotinas da pré-temporada é a procura incessante de novidades que reacendam a paixão e a esperança. No caso portista, é claramente Pepê o nome que desperta maior expectativa, mas ainda não foi altura do extremo soltar mais do que uns pequenos laivos do talento que tinha demonstrado no Brasil. Por isso, quem emergiu da mediania foi um fenómeno lateral que Sérgio Conceição criou e que está lançado para se tornar um caso sério. João Mário mostrou um nível muito alto, mandou Manafá para a esquerda e esteve soberbo na jogada que deu o primeiro golo, com dois nós cegos a Reinildo, que se pretendia impressionar Sérgio Conceição e convencê-lo a dar luz verde à sua contratação, então deve ter sofrido um valente retrocesso nesse objetivo. O Lille só causou alguns problemas através da intencionalidade de Luiz Araújo, que chegou a enviar uma bola à trave da baliza de Diogo Costa. O FC Porto insistia na dianteira mas o detonador tinha explosão retardada, o que não impediu que a vitória se consumasse com naturalidade. Seguem-se Roma e Lyon.

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LILLE MAIS RODADO PERDEU O PÉ APÓS O INTERVALO. BRUNO COSTA E FERNANDO ANDRADE CARIMBARAM A VITÓRIA