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Poder de compra dos portugueses sobe mas é apanhado pela Roménia

No ano passado, o PIB per capita português medido em paridades do pode de compra recuperou, mas ainda ficou aquém dos níveis de 2019. Roménia apanha Portugal. Luxemburgo e Irlanda mantêm-se no topo da lista.

SUSANA PAULA

O poder de compra das famílias portuguesas recuperou em 2022, para 77% da média da União Europeia, mas continuou ainda aquém do pré-pandemia e foi apanhado pela Roménia, segundo dados preliminares avançados esta quinta-feira pelo Eurostat.

Segundo a primeira estimativa rápida do gabinete europeu de estatística o produto interno bruto (PIB) per capita nacional, medido em função do poder de compra, passou no ano passado a pesar 77% da média europeia, um aumento de três pontos percentuais face ao registado em 2021.

No entanto, este valor está ainda abaixo do registado no pré-pandemia. Portugal conheceu dois anos consecutivos de perdas de convergência económica, depois de ter atingido em 2019 o melhor nível de aproximação à riqueza média europeia desde o final da crise das dívidas soberanas, nos 79%. O PIB per capita atingiu 75% no ano passado.

Além disso, a tendência de ultrapassagem pelos países do alargamento continuou a confirmar-se no ano passado. Em 2021, a riqueza relativa da Polónia já tinha superado a de Portugal e a da Hungria estava ao mesmo nível. Mas em 2022, o poder de compra das famílias portuguesas foi apanhado pelo da Roménia. No ano passado, o PIB per capita nacional ficou ex-aequo com o da Polónia, da Hungria e da Roménia.

Assim, só há cinco países na União Europeia, em 27, que apresentam um poder de compra inferior ao português. É o caso da Letónia, da Croácia, da Grécia, da Eslováquia e da Bulgária, com 74%, 73%, 68%, 67% e 59% do PIB per capita da média europeia, respetivamente.

Já o Luxemburgo e a Irlanda destacam-se no topo da tabela com PIB per capita mais de duas vezes superiores aos da média da União Europeia, de 261% e de 234%, respetivamente. No entanto, o Eurostat explica que isso se deve a fatores próprios dos países: no caso do Luxemburgo, o PIB per capita mais elevado deve-se, em parte, à proporção elevada de países que trabalham além das fronteiras. Embora contribuam para o PIB luxemburguês, não são considerados como parte da população residente que é usada para calcular o PIB per capita. No caso da Irlanda, o nível elevado pode ser explicado parcialmente pela presença significativa de multinacionais que detêm propriedade intelectual no país. Isso contribui para o PIB, mas parte depois é devolvido aos acionistas, que estão fora do país.

O PIB per capita é um dos principais indicadores de sincronia relativa nas economias europeias e também critério para a distribuição de fundos estruturais.

Os dados divulgados agora pelo Eurostat ainda não estão completos e o gabinete europeu de estatística vai divulgar mais dados, dos países europeus e não só do PIB, em junho e dezembro.

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2023-03-24T07:00:00.0000000Z

2023-03-24T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/282140705625684

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