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A exposição que mais me marcou recentemente foi “Hora de Ferro”, de Rudi Brito, que está na Galeria Balcony até 13 de Maio (na imagem). Nesta série de 10 pinturas Rudi recorre a linhas de enquadramento que ao mesmo tempo limitam e expandem o que quer mostrar. O uso de cores vivas é acentuado pelo facto de o artista trabalhar sobre papel preparado com uma demão de esmalte. Esta técnica retira as qualidades associadas ao papel – absorção, fragilidade e textura. E o resultado é que as superfícies em que pinta sugerem uma sensação de dureza meio brilhante, que acentua os traços da pintura e reforça a sua textura. Rudi Brito explica como trabalha: “O mecanismo ao qual recorro para começar uma pintura sem ter uma ideia clara da sua composição final, é preencher o espaço vazio com elementos que irão interromper a percepção geral da imagem. Num caso, em ‘Séance’ foram as hortenses azuis e as folhas escuras. Só depois imagino o que poderá existir atrás deste cenário.” A Balcony tem desenvolvido um trabalho persistente na divulgação de uma nova geração de artistas, trabalho que merece ser acompanhado. Fica na Rua Coronel Bento Roma 12A, Lisboa. Para uma exposição completamente diferente sugiro uma visita ao Centro de Arte Manuel de Brito (Campo Grande 113), onde é apresentada uma mostra que assinala o centenário do nascimento de Mário-henrique Leiria, com um enfoque especial na sua ligação ao Grupo Surrealista Português. A exposição mostra o espólio deste escritor e pintor, e inclui trabalhos dele e de outros seus contemporâneos.

ENTREVISTA

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2023-03-24T07:00:00.0000000Z

2023-03-24T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/282110640854612

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