Isabel dos Santos nega qualquer ligação à Helin International, grupo com sede nos Emirados Árabes Unidos, que faria a gestão de empresas secretamente instaladas naquele país controladas por familiares do antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, falecido a 8 de junho do ano passado. A existência desta relação foi noticiada pela Africa Intelligence na sua edição online e veiculada no Radar África da passada terça-feira, 31 de janeiro.

“É falsa a notícia sobre a existência de ligações entre a engenheira Isabel dos Santos e a empresa Helin International”, garantem os responsáveis pela comunicação com a imprensa da empresária angolana.

A Helin International, fundada em 2010, tem sede na cidade de Ras Al Khaimah e presta serviços na área da consultoria empresarial. Ao contrário do que é habitual em empresas desta natureza, a Helin não tem qualquer presença na internet. A Africa Intelligence, na referida notícia, adianta que a empresa foi usada por “vários clientes africanos poderosos” e está a ser investigada nos Estados Unidos, Suíça, França e Luxemburgo.

Na missiva enviada ao Negócios, é enfatizado que “a engenheira Isabel dos Santos e as suas empresas jamais tiveram alguma ligação ou foram clientes da Helin International” e ainda que a mesma “não conhece a Helin Internacional nem os seus sócios”.

Os cérebros da Helin International são o príncipe belga Henri de Croy e o ex-banqueiro britânico Geraldine Whittaker, condecorado com a Legião de Honra pelo antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy.

A empresária angolana, através da sua agência de comunicação, semeia também suspeitas sobre as razões que terão estado na base da notícia veiculada pela Africa Intelligence. “É de realçar que a revista digital francesa Africa Intelligence, que tem 7 milhões de euros de receita anual, foi alvo de investigações pelo Fisco francês. Fundada por Maurice Botbol e atualmente gerida pelo seu filho Quentin Botbol, foi também condenada diversas vezes por tribunais, como o de Paris, por difamação contra personalidades africanas”, lê-se na carta enviada ao Negócios.

A publicação dava ainda conta de que Tchizé dos Santos possui três veículos financeiros nos EAU. O Leala Limited, em seu nome, um segundo, Whorem Limited, tem como beneficiário o ex-marido Hugo Pêgo, e um terceiro, o Hermitage Limited, pertencente a ambos. Este trio encontra-se sobre gestão da Helin International. Numa primeira fase, terão sido transferidos 20 milhões de dólares para estes veículos e posteriormente 200 milhões, sendo que Tchizé dos Santos não terá ainda acesso a este montante.

Tchizé dos Santos, num vídeo que fez circular na rede Whatsapp, também refuta a informação da Africa Intelligence, assegurando que não tem “nada a ver com o Dubai”. As mulheres têm poucos direitos e eu nunca quis fazer negócios nessa jurisdição”, acrescentou.

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