Nasceu em Braga como uma pequena gestora de fortunas, mas tem vindo a crescer. À boleia do seu plano de poupança e reforma (PPR) dirigido a empresas, a Casa de Investimentos conta já com 40 clientes, incluindo a Outsystems, e está de olho nas grandes tecnológicas que operam em Portugal.

A Casa de Investimentos tem contrariado a tendência do mercado através do seu programa de benefícios extrassalariais, o Corporate Financial Wellness (CFW). “Neste momento estamos a trabalhar com cerca de 40 empresas. Todos os meses recebemos subscrições da parte dos colaboradores para este programa”, explica ao Negócios João Cerejeira, “head of corporate and institutional sales” da Casa de Investimentos e responsável pelo CFW. Lançado no final do ano passado, o programa captou em maio o primeiro grande cliente: a Outsystems, à qual se juntaram outros grandes grupos nacionais ou subsidiárias de internacionais, sobretudo consultoras e tecnológicas.

Além de trabalharem diretamente com empresas, também o fazem com plataformas de gestão de benefícios extrassalariais como a Mercer, a Aon, a Coverflex ou a MDS. “Temos tido uma grande aceitação do nosso produto, principalmente por ser algo bastante diferenciador”, aponta.

A Casa de Investimentos arrancou em 2010 na gestão de carteiras discricionárias. Em 2019, foi aceite pela CMVM como entidade gestora de fundos de investimento, o que mudou a forma de atuar. “Criámos um primeiro fundo, que é o único que temos neste momento, que foi lançado em outubro de 2021 e estruturado como um PPR, que pode ser utilizado como um benefício flexível para os colaboradores. É essa a lógica e génese do nosso programa”, explica João Cerejeira.

35% TSU A parte do salário alocada ao PPR consegue uma poupança com TSU, conjunta da empresa e do investidor, de 35%.

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ATIVOS A Casa de Investimentos gere atualmente cerca de 170 milhões de euros em ativos. Foi a terceira gestora a crescer mais no primeiro semestre.

O trabalhador tem a opção de alocar parte do salário ao PPR, beneficiando (tal como a empresa) da isenção de TSU. A poupança conjunta é de 35%. “Isto é um grande incentivo para as pessoas pouparem”, diz o responsável pelo programa, que poderá oferecer também sessões de literacia financeira para os funcionários de empresas de maior dimensão.

As empresas enviam um ficheiro com as contribuições que cada colaborador decidiu afetar nesse mês e uma transferência bancária com o montante total. Depois, é a financeira que contacta cada colaborador para abrir a conta. Não há custos para as empresas, enquanto os investidores pagam uma taxa de encargos correntes de 1,72% (face a uma média nacional nos 2,25%).

A par dos benefícios fiscais e da comissão abaixo do mercado, João Cerejeira defende que a aposta total em ações tem potencial de bater o mercado. “Por exemplo, vamos considerar um trabalhador de 30 anos que vai fazendo reforços mensais de 100 euros na sua conta até aos 65 anos, tendo aberto uma conta connosco de mil euros. Estamos a falar de contribuições totais de 43.000 euros. Num PPR tradicional, aos 65 anos teria cerca de 55 mil euros. No nosso PPR, só pelo facto de estar afeto a ações e assumindo uma taxa de rentabilidade em linha com o nosso histórico da Casa de Investimento, de cerca de 8% ao ano, estamos a falar aos 65 anos de um valor líquido de impostos de 240 mil euros”, argumenta.

Tem sido este programa a impulsionar o crescimento da gestora, que é responsável por 170 milhões de euros em ativos. No primeiro semestre, a Casa de Investimento foi a terceira gestora de fundos de investimento em Portugal com maior número de subscrições líquidas: 17 milhões de euros, o que compara com resgates líquidos no total do mercado.

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