Cofina

Mafalda gera caos em Paris, José confessa-se falido

A Mafalda Castro andou a espalhar glamour por Paris causando o caos na capital francesa devido à quantidade de cidadãos que se amontoaram só para recolher um pouco do dito. A situação meteu inclusive bolachada, obrigando à intervenção da Gendarmaria para serenar os ânimos. Compreende-se. Embora não saiba quem é efetivamente Mafalda Castro (sussurram-me que é apresentadora), a realidade é que o glamour da “piquena” é tido como um bem escasso, à semelhança dos golos de Cristiano Ronaldo e das decisões de António Costa.

Com uma diferença substantiva. O CR7 ainda tem quem o defenda (“O português cospe no prato que come, sempre foi assim. Por isso quando alguém aparece das cinzas e faz mudar mentalidades, incomoda... Contigo sempre, meu rei. Calma”, Katia Aveiro dixit), já o primeiro-ministro não tem ninguém, nem o Diogo Lacerda Machado, que anda muito ocupado a atualizar a sua coleção de matrículas de avião, e muito menos o irmão, que se encontra a braços com um problema de audiências.

Adiante que se faz tarde e eu pretendo reforçar, tão cedo quanto possível, o apelo para que se ajude o nosso inigualável José Castelo Branco. Segundo o programa “Manhã CM”, o Zé, embora seja um “marchand d’art”, está teso como um carapau, o que o impossibilita de pagar a multa de 550 euros que foi condenado a pagar por ter tentado surripiar um perfume do aeroporto Humberto Delgado. Adriano Silva Martins, um senhor do programa, explicou tudo depois de ter conseguido comunicar com o primo do primeiro-ministro.

“Falei ontem com o Zé, ele está triste e acha que Portugal é ingrato com ele, porque realmente nem sequer foi notificado que tinha de ir a tribunal. (…) Diz que está disposto a pagar a sua dívida com a sociedade fazendo trabalho pela comunidade, está disposto a fazê-lo… diz que não tem dinheiro.” Trata-se de uma confissão séria para a qual urge uma solução rápida, por exemplo, colocá-lo no “Big Brother” para receber uns cobres extras, pô-lo na tour musical do Bruno e da Liliana dançando em cima das colunas, com idêntico propósito, ou então um lugar no departamento estatal que vai decidir onde vai ficar o novo aeroporto de Lisboa o que significa um emprego para a vida porque nunca se chega a conclusão alguma.

Note-se, todavia, que o Zé, apesar de ter andado às turras com André Ventura, apropriou-se da retórica do líder do Chega para comentar a sua situação. Ainda de acordo com o Adriano, o nosso dileto “marchand” falido terá classificado como “indignante dar-se tanta importância a um perfume quando há gente que roubou muitas coisas e muito maiores que continuam em casa tranquilamente”. Ah, pois é! Quem se lembra de o Zezinho ter dito isto sobre o Andrezinho após as eleições presidenciais: “André, André, Andrezinho.... baixe essas calcinhas, para lhe dar muitos tau, tau, tau. E olhe o que pus... encarnado, como você gosta. [...] André, já sabe querido... perdeu. E, agora? Tau, tau.”

Esta envolvência remete para um universo complexo. Afinal, como lembra o jornalista Diogo Vaz Pinto, no jornal i, parafraseando o escritor Claudio Magris, “a literatura é mimese da realidade, do seu formigueiro impuro, da sua caótica caducidade”. Ou como diria Cristina Ferreira “o sonho foi tão alto que caí da cama”. Na realidade, um tipo percebe muito bem o que a Cristina quer dizer, já do Claudio, um gajo põe-se a pensar e só vem à cabeça o ministro da Economia, António Costa Silva, a dizer “os biopolímeros, os biomateriais são essenciais e podem reconfigurar muitas das cadeias de produção que nós temos hoje”. Isto para evitar dar opinião sobre o IRC, o que, como se sabe, só dá chatices e pode até reforçar a maldição da Horta Seca, segundo a qual nenhum ministro da Economia independente consegue chegar ao fim do seu mandato.

Mas isto da língua e dos lapsos tem muito que se diga e não é um exclusivo nacional. Veja-se a tremenda gaffe de Boris no Parlamento inglês que Vladimir irá explorar até à exaustão. “Graças ao heroísmo das forças armadas ucranianas, graças às armas que temos orgulho em oferecer, felicito o meu ilustre amigo [James Heappey] pelo trabalho das forças armadas do Reino Unido e as armas que estamos a enviar. Obrigado também, é claro, à liderança inspiradora de Vladimir Putin”, disse Boris Johnson que, rapidamente, corrigiu o erro: “A liderança inspiradora de Volodymyr Zelensky, peço desculpa.”

As desculpas não se pedem, evitam-se.

Você, tenha juízo, e não evite o seu fim de semana.

W

COUVERT

pt-pt

2022-09-30T07:00:00.0000000Z

2022-09-30T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/281715503495161

Cofina