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Sonae recupera para níveis pré-pandemia

O grupo liderado por Cláudia Azevedo fechou o semestre com um resultado líquido de 62 milhões. A Sonae atingiu “desempenhos operacionais e financeiros” acima dos níveis pré-pandemia.

ANA SANLEZ

Apesar do contexto ainda “desafiante”, face aos constrangimentos da pandemia, a Sonae registou um semestre de crescimento. A dona dos hipermercados Continente passou de prejuízos de 75 milhões de euros em 2020 para lucros de 62 milhões entre janeiro e junho deste ano. O primeiro semestre do ano passado ficou marcado pela constituição de provisões para fazer face à crise pandémica.

Os resultados comunicados esta quinta-feira revelam uma subida das vendas de 5,5% para 3.222 milhões de euros, um crescimento suportado pela Sonae MC e pela Worten.

A rentabilidade operacional do grupo melhorou, com o EBITDA subjacente a aumentar 11,4% para 246 milhões de euros. O EBITDA total cresceu 15,5% no semestre para 292 milhões de euros, suportado “pela recuperação operacional dos negócios afetados pelas restrições da covid-19 no ano passado, pela melhoria do resultado líquido da ISRG [Sport Zone] face a 2020 e pela mais-valia resultante da diluição da participação da Sonae IM na Arctic Wolf”.

Citada no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, sublinha que o grupo registou “desempenhos operacionais e financeiros acima dos níveis atingidos em 2019”. Tanto o volume de negócios como o EBITDA do primeiro semestre de 2021 ultrapassaram os valores registados no período homólogo do ano anterior à pandemia (2019).

O investimento total do grupo ascendeu a 186 milhões de euros, mais 65,4% face ao homólogo. A aquisição da participação adicional na Sonae Sierra por 82 milhões foi uma das operações concluídas no semestre. A dívida líquida aumentou em 239 milhões de euros, para 1.496 milhões, “refletindo as diversas aquisições realizadas nos últimos 12 meses e o pagamento de dividendos em maio”.

A Sonae MC, divisão de retalho alimentar do grupo, fechou o semestre com uma subida nas vendas de 5,4% para 2,5 mil milhões de euros. Os números do segundo trimestre comparam, no entanto, com um período homólogo “completamente diferente”, devido ao primeiro confinamento de 2020, que suscitou “um pico de procura”. Ainda assim, entre abril e junho, a dona do Continente cresceu 4,4% em volume de negócios. As vendas online aumentaram 45% no semestre e duplicaram no segundo trimestre.

O desempenho da Worten também contribuiu para os resultados positivos. O volume de negócios da marca de eletrónica aumentou 7,5% para 518 milhões de euros. As vendas online subiram 29%.

A Sonae Fashion, detentora de marcas como a Zippy, MO e Salsa, aumentou as vendas em 3,7%, para 135 milhões de euros no semestre. No segundo trimestre, a subida foi de 41,5%, para 74 milhões de euros, sendo que os valores também comparam com um período marcado pelo primeiro confinamento. Ainda assim, o grupo refere que o desempenho foi “sólido”, “sobretudo quando comparado com 2019”, já que as vendas ficaram em linha com o período pré-pandemia.

Shoppings com perdas até junho

A Sonae Sierra, que controla os centros comerciais do grupo, fechou o semestre com prejuízos de 4,6 milhões de euros, que comparam com perdas de oito milhões de euros no período homólogo. O volume de negócios caiu 11,4% para 66 milhões de euros. Olhando apenas para o segundo trimestre, o volume de negócios aumentou 23,6% para 35 milhões de euros. O grupo reconhece que “2021 continua a ser um ano desafiante para o segmento dos centros comerciais”, devido às restrições. Ainda assim, identifica “sinais positivos de retorno à normalidade” sempre que são aliviadas. As vendas dos lojistas aumentaram 11,6% no semestre. Já o valor das rendas diminuiu 12,3% devido aos descontos “significativamente mais elevados em Portugal, em resultado do novo regime de rendas para 2021 e do apoio proativo da Sonae Sierra aos lojistas”. A taxa de ocupação dos centros comerciais foi de 96,6%.

3.222 VOLUME DE NEGÓCIOS O grupo Sonae fechou o primeiro semestre com um aumento do volume de negócios de 5,5% para 3.222 milhões de euros.

EMPRESAS

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2021-07-30T07:00:00.0000000Z

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