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EDP está a 470 milhões da meta para o ano

RITA ATALAIA ritaatalaia@negocios.pt

O banco liderado por António Ramalho, com o objetivo de reforçar a sua carteira de crédito a empresas, e a Apollo apresentaram propostas no concurso pelo Eurobic. Já o Abanca e o fundo J.C. Flowers estão a negociar diretamente com os acionistas da instituição financeira.

Acorrida ao Eurobic continua. E há vários interessados na instituição financeira. É o caso do Novo Banco e do fundo Apollo, que apresentaram propostas para ficar com as posições de Isabel dos Santos e de Fernando Teles na instituição financeira, apurou o Negócios junto de fontes próximas do processo. Mas não são os únicos. O Abanca e o fundo J.C. Flowers estão a negociar diretamente com os acionistas para, no caso dos galegos, ficarem com 100% do banco.

Em janeiro do ano passado arrancaram as negociações para a venda da posição de Isabel dos Santos – entretanto arrestada – no Eurobic. Uma operação desencadeada pelo caso Luanda Leaks. O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária e do marido – que faleceu no final de outubro passado –, que lhes teriam permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.

Desde então, já houve algumas demonstrações de interesse, mas o processo continua por fechar. No início de março, houve cinco concorrentes a levantar o caderno de encargos para a compra do Eurobic. E o Novo Banco foi um deles. Após uma “due diligence”, o banco liderado por António Ramalho acabou mesmo por entregar uma proposta no âmbito do concurso para a venda da participação de Isabel dos Santos (42,5%) e de Fernando Teles (37,5%) na instituição financeira, sabe o Negócios.

Conforme foi possível apurar, esta operação, a concretizar-se, permitiria ao Novo Banco reforçar a sua carteira de crédito a empresas, com a sua quota de mercado neste segmento a recuperar para níveis próximos aos que tinha antes de reduzir de forma relevante a sua dimensão, tanto pelo plano de reestruturação como pela venda de portefólios de crédito. Questionado, o banco não quis comentar. Já fonte oficial do Eurobic diz que este “é um tema do foro dos senhores acionistas”, notando que “à gestão do banco compete mantê-lo são e desenvolvê-lo para melhor servir os clientes e acrescentar valor aos acionistas”.

Também o fundo Apollo está na corrida por estas participações, tal como já tinha sido avançado pelo Jornal Económico.

O interesse do Novo Banco no Eurobic acabou por gerar mal-estar no setor financeiro, como o Negócios avançou, uma vez que o

Governo esteve a negociar com a banca um empréstimo ao Fundo de Resolução para injetar no Novo Banco.

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, frisou no Parlamento, em maio, que o Novo Banco não pode fazer aquisições até ao final do ano. E que considerava que este processo não era compatível com o calendário para a venda do Eurobic. Não foi possível obter uma reação do regulador às propostas.

Também António Ramalho, CEO do Novo Banco, relembrou nessa altura que o banco não pode fazer compras até ao final do período de reestruturação. Ainda assim, referem fontes consultadas pelo Negócios, o processo de venda do Eurobic não tem “timings” definidos. E, caso o processo se prolongue além do final do ano – quando termina o travão às aquisições –, o banco poderá concretizar a operação.

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, em abril, o banqueiro deixou claro que não via razões para se considerar que não pode adquirir outras instituições.

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2021-07-30T07:00:00.0000000Z

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