Mresiste a escrever – escrever é delicado e difícil, diz –, mas há um dia em que a vontade da história quase se sobrepõe à vontade do autor. “As histórias impõem-se-nos; às vezes andam connosco durante anos, e a certa altura temos mesmo de as escrever. Aparecem todas as noites, há pormenores que vão sendo acrescentados, outros que vão sendo retirados, e um dia sentamo-nos à mesa e a vontade da história é satisfeita. Rendemo-nos à história que se nos impôs”, conta o escritor português, que completa 40 anos de vida literária. Num outro tempo foi um advogado que escrevia livros, depois passou a ser um escritor que já foi advogado. Recorda a sua prisão política, revive a aventura com “Pepe”, o passador espanhol que o levou até França – onde chegou a chamar-se Domingos Martins Carvalho, o nome do pai. A experiência de vida conta cada vez mais na contratação, pelo menos nas grandes tecnológicas. Multinacionais como a Google já não exigem um diploma universitário para admitir trabalhadores nos seus quadros. O foco é o portefólio. É sobretudo nas áreas de programação e design que os chamados

estão a ter mais oportunidades de trabalho, como nos conta a jornalista Filipa Lino. Segundo António Câmara, professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e cofundador da Ydreams, as universidades têm de se adaptar a esta nova realidade. Caso contrário, correm o risco de se tornarem “irrelevantes”. Seria inimaginável em 2019, mas não é surpreendente em 2021. Ter ou não tomado a vacina contra a covid-19 tornou-se uma informação pessoal, que pode ser determinante não só para quem viaja, mas também para quem procura conhecer pessoas online. Plataformas como o Tinder, o Match, o Bumble ou a portuguesa Felizes.pt passam a incluir uma opção para quem está vacinado. A pandemia acentuou a solidão e alterou os comportamentos – e as mostram-se atentas às novas tendências. A forma como as pessoas fazem “match” mudou.

ÁRIO DE CARVALHO AUTODIDATAS APPS DE ENCONTROS