Os pais de Rodrigo, que ficou conhecido como ‘bebé sem rosto’, exigem 350 mil euros de indemnização, por danos morais e patrimoniais, ao obstetra que não detetou as malformações, Artur Carvalho, e à Ecosado, clínica onde foram feitas as ecografias.

O processo deu entrada no Tribunal de Setúbal na semana passada. Ao valor acrescem ainda custos com terapias e cirurgias que o menino, que hoje completa três anos, terá de fazer ao longo da vida. Contactado pelo CM, Artur Carvalho assegurou que ainda não foi notificado da ação civil, escusando-se a mais comentários. Rodrigo nasceu no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, sem nariz, sem olhos e sem parte do crânio a 7 de outubro de 2019, ainda que os exames ecográficos dessem conta de que tudo estaria “normal”. Só no parto foram descobertas as malformações e, nesse momento, deram

RODRIGO JÁ DIZ PALAVRAS COMO ‘PAPÁ’ E AINDA IMITA SONS DOS ANIMAIS

horas de vida a Rodrigo.

O menino, que nos últimos três anos travou várias batalhas, contrariou todos os prognósticos e hoje é considerado, pelas equipas médicas e técnicas que o seguem, um “bebé-milagre”. “Estes três anos foram de aprendizagem, para nós e para ele. Ele surpreende-nos a cada dia: comunica e movimenta-se à maneira dele. Já anda um bocadinho, agarrado. Diz palavras como ‘papá’, ‘cão’, ‘anda’, imita os sons dos animais e já se sabe expressar, com sim e não”, conta a mãe de Rodrigo, acrescentando: “O que para o pai de uma criança saudável pode ser banal, para nós é uma conquista”. O futuro do menino continua a ser, no entanto, uma incógnita. “Está estável, mas nunca sabemos, tudo pode mudar a qualquer momento. Neste momento há reuniões sobre a parte estética do Rodrigo, sobre o que se poderá fazer”, avança a mãe, Marlene Simão.n