Manuel Maria Rodrigues

Volto esta semana a abordar o tema referente ao chumbo pelo TC da denominada Lei dos Metadados. Muitos dos leitores considerarão uma chatice insistir, mas julgo ser um dos temas mais fraturantes da atualidade. O silêncio perante uma decisão que pode conduzir à libertação de criminosos julgados, condenados e transitados em julgado, faz de cada um de nós cúmplices de uma tremenda injustiça.

Recuemos a Set/1961 para recordar Miguel Torga – É um fenómeno curioso: O país ergue-se indignado, moureja todo o dia, indignado, come, bebe e diverte-se, indignado,

O CIDADÃO COMUM E AS VÍTIMAS, SOBRETUDO ESTAS, TAMBÉM O MERECEM

mas não passa disso. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados.

Se deixarmos de manifestar a nossa preocupação e de exigir dos tribunais superiores e das instâncias governativas uma solução urgente, as repercussões desta decisão poderão atingir proporções alarmantes. Não entrem em histeria se a revolta social atingir proporções drásticas.

Já começaram a dar entrada nos tribunais requerimentos para repetição de julgamentos de homicídios macabros que causaram enorme alarme social. Tenhamos presente que o respeito por Direitos, Liberdades e Garantias não se aplica apenas aos arguidos! O cidadão comum e as vítimas, sobretudo estas, também o merecem.n