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FAMÍLIA DE VÍTIMA APONTA CRIME RACISTA NA FESTA DO TÍTULO

AMEAÇAS → Família de Igor Silva diz que vítima era chamada de ‘preto’ PETIÇÃO → Amigos pedem que a justiça seja feita de forma dura e exemplar

MARCO ‘ORELHAS’ ENTREGA-SE À JUDICIÁRIA E SAI ARGUIDO

Vais morrer, preto do c***”. A frase, dita numa mensagem de voz a Igor Silva, por uma das mulheres do agregado familiar de Marco ‘Orelhas’, pode levar a família da vítima mortal a pedir um agravamento da qualificação penal imputada aos suspeitos, por o crime ter motivações racistas. O CM sabe que é este o entendimento dos familiares de Igor - o jovem cabo-verdiano brutalmente esfaqueado na Alameda do Dragão -, que garantem ter havido ameaças anteriores.

Segundo o CM apurou, os familiares garantem ter ouvido as mensagens mandadas à vítima mortal, mas o telemóvel do jovem está desaparecido. Igor estaria com o aparelho no dia em que foi assassinado, mas o mesmo terá desaparecido durante a confusão. Ainda não foi recuperado.

A família de Igor vai agora constituir-se assistente no processo. Ontem mesmo já reuniram com um advogado para ultimar todos os pormenores do que deve ser feito no caso. Os familiares de Igor Silva querem poder intervir nos autos, sugerir diligências ou até contestar a acusação do Ministério Público, caso entendam que a investigação deveria seguir um rumo diferente.

Também os amigos do jovem assassinado no dia da festa portista avançaram com uma petição pública - que ontem já tinha recolhido mais de 2500 assinaturas - onde se pede uma punição exemplar na sequência do crime: “Pena máxima estipulada pela República portuguesa ao assassino”, pode ler-se no mesmo documento que está a circular na internet.

ADVOGADO VAI PODER INTERVIR NO PROCESSO E SUGERIR DILIGÊNCIAS

A libertação de Marco ‘Orelhas’, apenas com termo de identidade e residência - ele que se apresentou na Polícia Judiciária do Porto com ferimentos na mão direita -, também não

acalmou os ânimos dos mais próximos da vítima mortal. São muitos os que não escondem a revolta por a qualificação jurídica feita pelas autoridades ser apenas de ofensas corporais, já que muitas testemunhas garantem que Marco estava com o filho na agressão, tendo mesmo espancado a vítima enquanto ela era esfaqueada.

A Polícia Judiciária vai entretanto continuar a investigar e poderá voltar a interrogar Marco, caso as suspeitas do seu envolvimento sejam mais consistentes.n

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2022-05-17T07:00:00.0000000Z

2022-05-17T07:00:00.0000000Z

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