A batalha da inflação
João Vaz Jornalista
As tribulações da guerra na Ucrânia e as suas terríveis consequências económicas representam uma bomba de miséria sobre os setores da população mais carenciados. A guerra disparou a inflação que enche os bolsos dos manipuladores de preços e da carestia de vida e, também, garante substanciais aumentos nas receitas fiscais do Estado.
Para pagar esta apropriação de riqueza, os cidadãos consumidores-contribuintes perdem poder de compra a ponto de ficar só com dívidas. A solidariedade social exige decisões para prevenir a miséria de quem não deve ser esquecido.
Os governantes portugueses e os seus pares europeus veem os cofres de impostos encherem muito mais do que estava previsto. No nosso país, as receitas do IVA estão a aumentar mais de 40%. Isto à custa de as pessoas pagarem mais imposto por menos bens consumidos. O crescimento económico resulta em boa parte de a carestia de vida ser carregada com uma fatura de impostos mais pesada. A inflação é uma pandemia que empobrece as pessoas. Na resposta aos efeitos da guerra, o socorro aos refugiados, forçados a fugir pela invasão russa, deve acompanhar a proteção às vítimas da carestia acelerada pela guerra.
As dificuldades de abastecimento aumentam com o correr dos dias, estendendo-se dos combustíveis aos alimentos e aos mais diversos bens. A inflação não é um problema passageiro. Apesar de os mísseis russos não atingirem as nossas casas, não escapamos às bombas de miséria que atacam a nossa solidariedade social, a nossa democracia e a nossa liberdade. A batalha contra a inflação só se ganha estendendo a mão a quem necessita de ajuda.n
A BATALHA CONTRA A INFLAÇÃO SÓ SE GANHA ESTENDENDO A MÃO A QUEM NECESSITA DE AJUDA
OPINIÃO
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2022-05-17T07:00:00.0000000Z
2022-05-17T07:00:00.0000000Z
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