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OLAVO BILAC: VOLÚPIA NO PARNASO

Desejo e prazer no amante da última flor do Lácio

POR JOÃO PEDRO FERREIRA

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac

(1865-1918), que também assinou Fantasio, Bob ou Puck, entre mais de duas dezenas de pseudónimos, foi um poeta, jornalista e ativista cívico brasileiro, autor de uma das mais belas declarações de amor à nossa língua. “Última flor do Lácio, inculta e bela” é o verso que abre o soneto ‘Língua Portuguesa’ e celebra o “viço alegre” das “virgens selvas” que “Camões chorou”. Legada pelos romanos aos portugueses, estes, por sua vez, deixaram-na em herança aos brasileiros: “Amo-te, ó rude e doloroso idioma.” Bilac foi precursor do movimento parnasiano (alusão ao monte Parnaso, na Grécia, onde, segundo o mito, o deus Apolo reunia as musas para cultivar as artes) e os seus versos de métrica rigorosa deram forma a metáforas eróticas de uma sensualidade voluptuosa, por vezes aliada à ironia, como nos ‘Pimentões’ assinados por Puck.

Bilac, que foi o primeiro automobilista a sofrer um acidente de carro no Brasil (em

1897), publicou o primeiro livro, ‘Poesias’, aos 23 anos. Fundou vários jornais, com destaque para ‘A Cigarra’, ‘O Meio’ ou ‘A

Rua’. Republicano e nacionalista, foi inspetor escolar e empenhou-se na campanha a favor do serviço militar obrigatório no seu país. O ‘Hino à Bandeira’ e o poema patriótico ‘O Caçador de Esmeraldas’, sobre o bandeirante Fernão Dias Pais Leme, consagraram a sua popularidade. Em 1907, a revista ‘Fon-Fon’ atribuiu-lhe o título de ‘Príncipe dos Poetas Brasileiros’.

“Metáforas eróticas e sensuais em versos de métrica rigorosa

LITERATURA ERÓTICA

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2021-10-17T07:00:00.0000000Z

2021-10-17T07:00:00.0000000Z

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